Após oito anos afastada, Giulia Gam volta a atuar em telenovelas

Atualmente, a atriz Giulia Gam divide sua vida em duas partes: antes e depois de “Mulheres Apaixonadas”. Isto porque a próxima novela das oito da Rede Globo representa a retomada da carreira iniciada em 1987, com uma participação na primeira fase de “Mandala”, de Dias Gomes, e interrompida em 1994 em “Fera Ferida”, de Aguinaldo Silva, quando decidiu morar em Nova Iorque para uma reciclagem pessoal e profissional.

Convidada por Manoel Carlos para interpretar a ciumenta Heloísa, Giulia acreditou que era chegada a hora de voltar às novelas após oito anos. Ainda que tenha protagonizado a minissérie “Dona Flor e Seus Dois Maridos” em 1999, feito uma participação no ano passado em “Os Normais” e atuado em boa parte de “A Padroeira”, ela considera que este é o momento da volta. O convite animou a atriz, uma vez que viveria uma personagem como ela, sem caracterizações. “Pela primeira vez vou poder usar o meu personagem para dizer quem eu sou, como mulher, como uma pessoa comum”, anima-se.

O entusiasmo se deve também à personagem, a marchand Heloísa, irmã caçula da protagonista Helena, papel de Christiane Torloni, e casada com o arquiteto Sérgio, vivido por Marcelo Anthony. Sobre Heloísa, Giulia adianta que é muito ciumenta e não admite qualquer possibilidade de traição. Entretanto, o que ela considera interessante é a relação de cumplicidade que a personagem nutre com as irmãs Helena e Hilda, vivida por Maria Padilha. “Elas são muito diferentes, mas têm uma intimidade que não dividem com ninguém”, explica a atriz. Segundo Giulia, Manoel Carlos pretende mostrar um painel de diferentes mulheres, com várias situações de relacionamento e de conflito. “Ele quer revelar esta vontade das mulheres em falar, de quebrar estes tabus”, completa.

Ansiedade

A convivência com os atores fez com que Giulia perdesse o receio em voltar a atuar. A atriz lembra que encontrou tudo muito diferente nem nos estúdios do Projac ela havia gravado. Mas diz que encontrou colegas de trabalho muito receptivos e uma produção preocupada em cuidar do ator. “Está sendo um volta planejada e com uma dose extra de sorte também”, diverte-se. O prazer aumenta ainda mais com os sinais de recordação dos velhos tempos, quando Giulia fala do diretor da novela, Ricardo Waddington. No primeiro trabalho da atriz na Globo em “Mandala”, em que atuou como Jocasta na fase inicial da novela, Waddington também estreava como diretor. Ambos eram muito novos e dividiam a ansiedade em relação ao início de suas carreiras. Giulia brinca dizendo que o diretor sempre está nos momentos iniciais de sua vida, seja em “Mandala”, seja nesta volta para televisão. “A minha relação com ele tem este gosto de começo, de juventude”, reflete a atriz.

A atriz não é econômica ao falar do prazer com esta volta, que segundo ela é resultado de uma estabilidade pessoal, conquistada com a retomada da guarda do filho Téo, de seu casamento com o Pedro “Big Brother” Bial, e do amadurecimento como atriz. Hoje ela afirma não ter certas ambições e acredita ter uma percepção distanciada das próprias emoções. “Agora eu consigo colocar as coisas em seu devido lugar”, diz a otimista Giulia Gam.

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