Após oito anos afastada da Globo, Mylla Christie voltou bem

Durante um ano inteirinho, Mylla Christie não fez outra coisa se não bater à porta dos diretores da Globo. Sem fazer novelas na emissora desde 1996, quando integrou o elenco de Quem É Você?, a atriz pleiteava tão somente uma chance de voltar à televisão. “Se não podiam me receber hoje, voltava no dia seguinte. Eu só não aceitava ‘não’ como resposta”, garante ela. Foi assim que ela conseguiu, do diretor Wolf Maya, uma discreta participação em Kubanacan, de Carlos Lombardi. Apesar de pequeno, o papel lhe rendeu outro convite, do mesmo Wolf, para fazer Eleonora, uma jovem estudante de Medicina para lá de misteriosa em Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva. “Banquei as despesas de ponte aérea e hotel do meu bolso e não me arrependo. No fundo, nunca perdi as esperanças. Sou uma pessoa otimista”, define-se.

A primeira recomendação que Mylla recebeu de Wolf Maya foi repaginar o visual. “Ele queria que a minha volta causasse impacto e acho que conseguiu”, arrisca ela, agradecida. A princípio, o diretor sugeriu que Mylla adotasse um cabelo curtinho, quase careca, igual ao de Demi Moore em Até o Limite da Honra, de Ridley Scott. Mas, depois, ainda a tempo, ele mudou de idéia e optou por trocar as longas madeixas escuras, quase a marca registrada da atriz, por um visual mais moderno, de cabelos curtos e, pela primeira vez, louros. Parecido com o da atriz Meg Ryan, uma das preferidas de Mylla. “Mudei o visual, legal, bacana, mas só isso não é suficiente… Sei que tenho muito trabalho pela frente. Por isso, vou dar o melhor de mim nessa personagem”, promete.

Conflito

Se Aguinaldo Silva for fiel à sinopse de Senhora do Destino, a personagem de Mylla Christie também promete. E muito. Afinal, a misteriosa Eleonora vai ter um discreto “affair” com Jennifer, interpretada por Bárbara Borges. “Não existe história sem conflito. Quanto maior o conflito da personagem, melhor para o ator”, argumenta. Com pouco mais de um mês no ar, Mylla só não desconfia ainda como o público vai reagir ao mais novo namorico gay do horário das oito. Se ele vai aprová-lo, como aconteceu com Clara e Rafaela, personagens de Alinne Moraes e Paula Picarelli em Mulheres Apaixonadas. Ou rejeitá-lo, como no caso de Leila e Rafaela, interpretadas por Sílvia Pfeifer e Christiane Torloni em Torre de Babel. “É claro que quero que tudo dê certo. Não me agrada a idéia de morrer no meio da novela…”, diverte-se ela, em tom de súplica, numa alusão ao trágico fim das lésbicas da novela de Sílvio de Abreu, que morreram na explosão de um shopping.

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