O cantor de funk Wagner Domingues Costa, mais conhecido como Mr. Catra, morreu neste domingo (9), por volta das 15h20. Ele estava internado no hospital Hospital do Coração (HCor), na capital paulista, onde tratava de um câncer no estômago.

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No começo de 2017, Catra foi diagnosticado com um câncer no estômago. Na época, ele disse que tinha parado de beber e reduzido o número de cigarros que fumava para realizar as sessões de quimioterapia.

O cantor deixa três esposas e 32 filhos.

Formado em Direito, Catra preferiu a carreira musical à jurídica Lançou em 1994 seu primeiro disco, O Bonde dos Justos, no qual fez sucesso a canção Vida na Cadeia. No início dos anos 2000, lançou funks parodiando músicas já conhecidas – a canção de maior sucesso foi Adultério, paródia do hit dos anos 80 Tédio, da banda Biquíni Cavadão. Desde então, Catra acentuou o discurso sexual e apelativo nas letras de suas canções.

Antes de migrar para o funk, Catra teve um início no rock independente dos anos 80. Sua banda se chamava O Beco, que não decolou além das festas dos amigos e garagens e faculdades. Foi por influência de Primo Preto, ex VJ da MTV e produtor que estaria envolvido com os primeiros trabalhos dos Racionais MC’s, que ele criaria uma empresa, a Rapsoulfunk (ao mesmo tempo gravadora, grife de moda, organizadora de bailes funk e de shows de hip hop no Rio e em São Paulo).

Ao lado de MV Bill, o homem que transitava muito bem, entre funkeiros e rappers, criou em 2001 o Partido Popular Poder para a Maioria (PPPomar). Seus ideias, no entanto, seriam abandonados um ano depois, por não concordar com Celso Athayde, então proprietário da Produtora Hutus e empresário de MV Bill.

No mesmo ano, as letras de Catra trariam problemas com a polícia Ele foi indiciado por apologia ao crime por causa de Cachorro, que fala sobre policiais corruptos. Cachorro é o policial e X9, um dedo-duro: “Cachorro, se quer ganhar um din-din / Vende o X9 pra mim, vende o X9 pra mim / Cachorro, me entrega esse canalha / Deixa ele bem amarrado, pega o dinheiro e rala.”

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