Convidados especiais, quadros com a participação do público e um boa dose de humor. Para Luciano Huck, estes são os principais ingredientes da receita que confere ao Caldeirão do Huck satisfatórios índices de audiência nas tardes de sábado da Globo desde 2002, a média histórica é de 16 pontos. Há seis anos à frente do programa, o apresentador também credita o resultado à dedicação de sua equipe, sempre pronta para criar algumas novidades. "Como tevê é cíclica e precisa se renovar, fazemos mudanças constantes no Caldeirão, mas sem fazer com que ele perca sua personalidade. Temos um DNA a preservar", gaba-se.
Satisfeito com os rumos do programa, Huck adianta que já prepara algumas novidades para o Caldeirão. Para o segundo semestre, o apresentador pretende fazer duas ou três viagens para o exterior, como a que realizou para a África do Sul no ano passado. Além disso, ele garante que novos quadros estão sendo pensados para fazerem parte do programa ainda em 2006. "E também gostaria muito de ter o Roberto Carlos cantando para os nossos telespectadores", sonha.
P – Depois de seis anos no ar, qual balanço você faz do programa?
R – Desde que entrei na Globo, nossa intenção era encontrar uma fórmula nova para o sábado à tarde. Precisávamos criar um hábito e, por isso, tínhamos de criar um formato que os telespectadores gostassem de assistir. Tivemos a sorte de acharmos o que deu e tem dado muito certo, já que o público se identifica com o programa. Além disso, depois de tanto tempo e várias experimentações, acredito que o Caldeirão conquistou uma identidade própria. Temos um DNA, uma personalidade. Por isso, apesar das constantes mudanças, temos de preservar as características do programa, de maneira que o público continue se identificando com ele.
P – O Caldeirão, aliás, está sempre inserindo um novo quadro. Você participa da criação?
R – Com certeza. Me reúno diariamente com minha equipe e estou sempre procurando dar sugestões. Participo de quase tudo mesmo, me envolvo com o programa. Não saberia fazer tevê se fosse de outra maneira e gosto de interferir no processo de criação. Só não me meto na edição, já que sou muito crítico e fico muito ansioso em me ver no vídeo. Tenho prazer com o que faço e acho que é por isso que o programa tem conquistado índices satisfatórios.
P – Você se preocupa ou se deixa influenciar com os números de audiência?
R – Não, de forma alguma. Acredito que a audiência é diretamente proporcional ao quanto você trabalha. Não existe liderança, cair no gosto popular, sem se dedicar ao trabalho. Tenho uma equipe que gosta do que faz e está pronta para "arregaçar as mangas", que "veste a camisa". Além disso, contamos com toda estrutura da emissora, que, não por acaso, é uma das três maiores do mundo.
P – A estrutura da Globo já lhe proporcionou, ao longo desses seis anos, comandar algumas edições ao vivo do Caldeirão. Gostaria de voltar a apresentar o programa ao vivo?
R – Apesar de já ter feito ao vivo e gostar de fazê-lo, acredito que o Caldeirão tem um formato que pode muito bem ser gravado previamente. É claro que com isso a gente perde um pouco da espontaneidade, aquela coisa mais quente. Por outro lado, as edições gravadas podem ser mais lapidadas e o programa fica muito mais bem acabado. Mesmo assim, certa vez, no quadro Agora ou Nunca, uma senhora desmaiou e tivemos de manter isso na edição.
P – Nesse quadro, por sinal, parece que todo mundo consegue ganhar. É verdade que, mesmo quando o participante não sai vencedor, você procura ajudar?
R – Sofro muito com esse quadro, mas é um jogo. Assim como a seleção brasileira já esteve em sete finais de Copa do Mundo e só ganhou cinco, nem todos os participantes conseguem vencer. Às vezes, um convidado ou uma pessoa que assistiu ao quadro resolve ajudar, pois fica tocado pela história do participante. Eu mesmo já ajudei, mas fora do ar. E garanto que isso não é uma regra.


