Antonio e Bruno Fagundes no palco com ‘Tribos’

Bruno Fagundes ainda dividia o palco com seu pai, Antonio, na peça Vermelho quando aproveitou uma folga e foi para Nova York. Voltou com uma ideia fixa na cabeça: o próximo projeto teria de ser a montagem de Tribos, espetáculo da inglesa Nina Raine. “Fiquei enlouquecido com o texto, especialmente por tratar de um tema polêmico de uma forma sensível e sensacional”, disse o ator, que assume um papel difícil, a de um surdo, na montagem brasileira da peça, que estreia dia 14, no teatro Tuca, em São Paulo.

Ao seu lado, Fagundes pai, repetindo a parceria em cena pela segunda vez. E, novamente, Bruno comprova que a ousadia é uma herança artística – sucesso na Europa e nos Estados Unidos, Tribos conta a história de um rapaz surdo, Billy (Bruno), que nasceu em uma família de ouvintes. E que família! O pai, Christopher (Antonio Fagundes), é um homem culto, professor, mas que nunca admitiu a surdez do filho. Resultado: além de blasfemar e xingar com vontade, ele obrigou a mulher, Beth (Eliete Cigarini), a ensinar o garoto a ler lábios e a responder vocalmente.

“Ou seja, ele pretende que o filho seja ‘normal'”, comenta Antonio.

A família disfuncional é completada pelos irmãos de Billy: Daniel (Guilherme Magon), lunático que ouve vozes estranhas, e Ruth (Maíra Dvorek), moça fracassada, cantora de ópera em pubs. “Em meio a essa confusão, com tantas pessoas falando sobre os próprios problemas, apenas Billy se dispõe a ouvir por meio dos lábios”, comenta o diretor Ulysses Cruz.

A história toma um rumo inesperado com a chegada de Sylvia (Arieta Correia), garota que está ficando surda e, ao se enamorar de Billy, ensina-o a linguagem de sinais, o que desmonta a forma de comunicação montada por Christopher em sua casa – por conseguinte, seu comando sofre uma fratura. “Na verdade, são tribos que enfrentam dilemas ao se confrontarem”, diz Bruno.

TRIBOS – Tuca. Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes, 3670-8455.

6ª e sáb., 21h30; dom., 18 h. R$ 50/ R$ 60. Estreia dia 14/9.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo