Ana Paula Tabalipa retorna à telinha após anos fazendo o papel de mãe

A atriz chegou a duvidar quando a produção do especial Os Amadores ligou avisando que ela estava no programa de final de ano da Globo. Na pele da top model internacional Patrícia, ex-mulher de Guilherme, vivido por Murilo Benício, Ana garante que jamais pensou que fosse voltar para a Globo justamente no papel de uma modelo. "Quando fui fazer o teste e me disseram que era um mulherão, falei: ‘não, não! Não tenho nem cabelo!’. Realmente foi uma surpresa", comemora a atriz que tosou as longas madeixas e chegou a raspar a cabeça em junho – tudo para gravar sua segunda participação no jornalístico Linha Direta Justiça este ano, no caso Mengele, onde viveu uma judia húngara num campo de concentração em Auschwitz. "Precisava de um cabelão para fazer uma modelo e cheguei no teste de peruca, mas não me deixaram usá-la", diverte-se.

Mas bastou a atriz vestir o descolado figurino e receber uma superprodução de maquiagem e cabelo para que Ana se sentisse à vontade até para posar para as lentes do requisitado fotógrafo de moda Fernando Torquato. As fotos vão ser exibidas na cena de uma exposição fotográfica no especial dirigido por José Alvarenga Jr., que vai ao ar no próximo dia 27. "Só assim para eu sair desse estilo mãe", empolga-se a atriz de 27 anos e três filhos: Lui, de quatro anos, Pedro, com dois anos e o pequeno Tom, de apenas um ano. "Sempre quis fazer um papel de mãe, mas todo mundo acha que eu tenho cara de menina", lamenta, antes de emendar: "Na verdade, acho que as emissoras não sabem que papel eu posso fazer, já que não sou mais a menininha lourinha e adolescente e ninguém acha que sou uma mulher", desabafa.

No entanto, Ana tem muito a comemorar com a Patrícia. Não só porque o programa poderá ser escolhido para entrar na grade no próximo ano, mas principalmente porque é sua primeira personagem com uma veia humorística. Acostumada a papéis dramáticos como o papel-título da minissérie Luna Caliente, exibida pela Globo em 1999 – após ter sido adiada por um ano – e sua estréia na tevê, como a problemática Tainá de Malhação, em 1995, esta é sua primeira personagem descomplicada na telinha. "Não sabia que era tão difícil fazer o bate-bola da comédia. Achei o clima muito gostoso, tudo flui com o Alvarenga", elogia.

Apesar de já ter atuado em produções mais curtas, como a minissérie Chiquinha Gonzaga e ter feito uma participação no seriado Mulher, onde também foi dirigida por Alvarenga, a única novela em que Ana atuou na Globo foi O Amor Está no Ar, em 1997. Já em 2003, protagonizou Jamais Te Esquecerei no SBT, como a sofrida Beatriz. "A sensação de voltar para a Globo é muito boa, mas não quero ter expectativas. Só espero que as pessoas me vejam e digam: ‘Ih! Ela voltou! Vamos chamar para um teste?", torce.

Maternidade

Na verdade, Ana acredita que ficou tanto tempo fora do ar porque teve uma gravidez atrás da outra. "Quando eu achava que poderia fazer alguma coisa, engravidava de novo. Aí as pessoas pararam de me chamar", analisa a atriz, que na última gravidez chegou a engordar 25 quilos, mas já recuperou peso normal para sua estatura mignon, que são 49 quilos. "Mas a calça de antigamente ainda não entra", reclama, sempre interrompida pelo choro de um dos filhos e os constantes tombos das crianças.

Como quem tira de letra cuidar de três crianças sem parar os afazeres, a atriz só se arrisca a atualmente fazer uma exigência quando se refere ao trabalho: prefere continuar morando no Rio, ao lado do marido e dos filhos, independentemente da emissora em que estiver atuando. "Se perguntarem onde quero ficar, prefiro a Globo pela qualidade da produção. Mas, antes de tudo, quero estar com a minha família", avalia a atriz, que chegou a morar por quase um ano em São Paulo, enquanto gravava a novela no SBT.

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