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‘Além do Homem’ busca o amor perdido pelo País

Alberto Luppo (Sergio Guizé) é um escritor que vive em Paris há muitos anos e, a contragosto, vê-se obrigado a voltar para o Brasil para tentar encontrar um explorador francês desaparecido no interior do País.

O filme de William Biondani tem qualidades. Retorna ao recorrente tema tupiniquim da recusa da identidade brasileira, comum à elite, e que precisa ser reconquistada a cada vez, para ser perdida logo depois. Essa “identidade” moraria no interior, no campo, e não na cidade. No ambiente não conspurcado pela modernidade, o “específico brasileiro” poderia ser resgatado em sua pureza e seu valor. A história adquire atualidade na atual crise de valores que faz o brasileiro, mais uma vez, desconfiar de si mesmo.

Com ótimo elenco – o próprio Guizé, Otávio Augusto, Fabrício Boliveira e a incrível Débora Nascimento -, o filme apresenta alguns tropeções de ritmo.

Mas acaba encontrando seu caminho, ainda que percorrendo estradas intransitáveis. Em seu horizonte, sente-se pulsar a obra-prima de Mário de Andrade, Macunaíma, vertida para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade.

Além do Homem

(Brasil/2018, 94 min.)Dir. de Willy Biondani. Com Sergio Guizé, Débora Nascimento, Otávio Augusto

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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