Além de filmes, cinemas exibem de shows a jogos

Ingresso comprado, luz apagada e, na telona, jogos de futebol, partidas de tênis, lutas do UFC, espetáculos de ópera e shows de rock. Tudo ao vivo, com sinal digital via satélite, no conforto do cinema. A programação alternativa é tendência no circuito brasileiro, que estreia nesta quinta-feira transmissão de conteúdo nacional, com a apresentação da banda Los Hermanos em 42 salas espalhadas por 23 cidades. O show será transmitido do Espaço das Américas, em São Paulo, a partir das 22 horas.

Na sessão alternativa, o público, os serviços e o preço do ingresso também são diferenciados. Dependendo da sala, é possível tomar cerveja assistindo a uma partida de futebol. Ou ficar de pé durante todo o show de rock sem ser incomodado pelo “vizinho de poltrona”. As vantagens têm seu preço. Para assistir à apresentação dos Los Hermanos no escurinho do cinema, será preciso desembolsar R$ 60.

O empresário da banda, Simon Fuller, diz que a ideia de transmitir o show para salas de cinema surgiu para contemplar as pessoas que ficaram sem ingresso ao longo da turnê e também para livrá-las dos cambistas. “Ainda não sabemos qual público vamos atingir, mas a expectativa é de que as salas estejam lotadas por fãs mesmo”, afirma.

O projeto é comandado pela CineLive, braço da produtora CasaBlanca Online. Para viabilizá-lo, a empresa precisa equipar as salas de cinema com antenas e projetores digitais apropriados para receber o sinal do satélite. As transmissões, antes realizadas apenas para convidados, em eventos fechados, tornaram-se populares com o advento da tecnologia 3D.

“Depois de veicularmos os jogos da Copa de 2010, vieram as peças de ópera, os musicais e, agora, o primeiro show brasileiro”, diz Laudson Diniz, gerente executivo da CineLive. A final da Liga dos Campeões da Europa teve quase 100% de ocupação e foi promovida em parceria com a Rádio Estadão/ESPN. “Quem vai tem a sensação de estar dentro de um estádio. O som e a imagem em 3D proporcionam isso.”

Para a diretora de Marketing da Rede Cinemark, Bettina Boklis, esse tipo de transmissão só tende a crescer no Brasil. “É uma alternativa para os artistas. É claro que esse tipo de programação não vai substituir os filmes, mas, com o tempo, pode ser que os cinemas reservem uma sala apenas para projetos como esse. Nos Estados Unidos, alguns complexos de salas já fazem isso”, diz Bettina. A lista das salas disponíveis é publicada no site da CineLive (www.cinelive.com.br). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo