Ainda há ingressos para o Pixies

Com os primeiros 3 mil ingressos para o 2.º Curitiba Pop Festival evaporados em menos de 48 horas – o que levou a organização a transferir o evento da Ópera de Arame para a vizinha Pedreira Paulo Leminski -, era de se esperar que os 5 mil tíquetes extras fossem disputados a tapa por roqueiros do Brasil inteiro e até de países vizinhos. Afinal, Curitiba será a única cidade do hemisfério Sul a receber a turnê de reunião da cultuada banda norte-americana Pixies, depois de um divórcio de mais de 10 anos, no dia 8 de maio. O CPF começa no dia 7, tendo à frente os escoceses do Teenage Fanclub.

Mas não foi bem isso que se verificou ontem, primeiro dia de venda dos novos ingressos nas bilheterias da pedreira e no site www.curitibapopfestival.com.br. Às 18h, a direção do festival informava que metade dos ingressos tinha sido vendida, e que nem havia fila na Pedreira. A reportagem de O Estado esteve no local por volta do meio-dia, e encontrou cerca de 100 pessoas debaixo de chuva, aguardando a abertura da bilheteria – o que aconteceria às 13h.

O estudante André Valdevino, de 24 anos, e seu amigo André Kogura, 22, foram os primeiros a chegar, por volta das 19h30 de domingo. “Soube na sexta-feira que ia ser na Pedreira, mas achei que ia ter muito mais gente aqui”, contou Kogura. Mesmo assim, disse que valia a pena esperar quase 18 horas, encarar a chuva e desembolsar R$ 50 (meia-entrada para os dois dias). “Um show desses é uma vez na vida”, comentou.

Teve gente que, além da espera e da chuva, encarou ainda muito chão para ter o privilégio de ver a banda de Frank Black ao vivo. Como o estudante Ivan Lee Barcelos, que viajou quase 900 quilômetros desde São Lourenço (MG), só para garantir o ingresso. “Não quis arriscar comprar pela Internet, porque deu problema da outra vez”, disse, referindo-se à sobrecarga no servidor, que deixou o site do festival fora do ar.

Quem ficou feliz com o movimento extra na Pedreira, em plena segunda-feira, foi Maria Olívia Wansaucheki, que há 5 anos mantém uma lanchonete no local. “Não estava sabendo de nada, nem estava preparada para tanta gente”, contou a senhora que garantiu o almoço e o banheiro para os roqueiros. Resta torcer para que a Pedreira não seja novamente interditada, como aconteceu no ano passado, quando o Deep Purple passou uma noite na cidade e foi impedido de tocar.

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