Acompanhando o ritmo

tv11_211104.jpg

Luiza : "Nem me espanto mais com as mudanças".

Desde que recebeu o convite para participar de América, a próxima novela das oito da Globo, Luiza Valdetaro tem diversificado seus gostos musicais. A atriz, que estreou na tevê como a Gabi, de Celebridade, mergulhou no universo do "hip hop" para compor sua personagem, que se chamaria Clô. Entre a primeira conversa que teve com o diretor Jayme Monjardim sobre o trabalho e o teste para a novela, ela freqüentou encontros de "black music", fez pesquisas na internet e ensaiou até coreografia. O esforço valeu a pena para garantir o papel. Mas, pouco tempo depois, Luiza recebeu a notícia de que Clô seria, na verdade, Manu, uma "funkeira".

De lá para cá, ela só quer saber de Big Mix, Bonde Faz Gostoso, DJ Marlboro e cia. "Nem me espanto mais com as mudanças. Quando chega uma nova sinopse, penso: ‘Opa! Vamos ver o que vem agora", diverte-se a atriz.

Na verdade, a prova do jogo de cintura começou antes do teste para a trama. Na véspera da data marcada para a apresentação da cena sobre "hip hop" encomendada por Jayme, Luiza foi avisada de que a autora Glória Perez queria vê-la encenando um texto cômico. Passou a madrugada ensaiando, mas fez questão de levar para o Projac os "apetrechos" que tinha preparado: gorro, meião, calça larga e CD de "hip hop". Acabou fazendo a cena e ainda mostrando o que tinha conseguido aprender. "Quando já estava sem fôlego, dançando há uns 10 minutos, o Jayme parou a música e me pediu para falar o texto. Quase nem me lembrava mais o que tinha de dizer", recorda Luiza, entre risos.

Ex-modelo

Determinada, a atriz não costuma se assustar com situações deste tipo. Foi assim desde o começo da carreira artística. Aos 14 anos, começou a trabalhar como modelo. Depois de participar de uma série de comerciais e vídeos institucionais, decidiu que gostava mesmo era de interpretar. Na época de Celebridade, Ike Cruz, agente de beldades como Juliana Paes e Carol Castro, conseguiu convencer os produtores da novela a verem um teste de Luiza. Mas a boa vontade não foi muito grande. "Eles disseram que não iam nem gravar, só assistir. Ainda rola um certo preconceito contra as modelos, porque eles pensam que são bonitinhas e nada mais", opina. Foi só assistir à performance da garota, no entanto, para a equipe resolver gravar o teste. E Luiza acabou ganhando o papel de Gabi, amiga de Sandra, interpretada por Juliana Knust. "Sabia que era um papel pequeno, mas, para começar, foi ótimo", pondera.

De fato, Luiza teve muito o que aprender na novela de Gilberto Braga. A começar pelas diferenças entre a tevê e o teatro, ao qual ela se dedica há cerca de três anos. "Na primeira cena, minha impostação de voz estava toda errada. O diretor me disse: ‘Pode falar mais baixo que a gente vai te ouvir’", conta, rindo da própria inexperiência. O trabalho serviu ainda para a atriz saber realmente o que queria da profissão. "Foi bom, mas… gosto muito mais de teatro", confessa, com um sorriso hesitante. Aluna do curso de Interpretação da Uni-Rio, no Rio de Janeiro, Luiza já estudou na Casa das Artes de Laranjeiras, a CAL, e participou de espetáculos das duas escolas. Com o trabalho em América, espera descobrir novos prazeres na tevê, que considera importante para a carreira de qualquer ator brasileiro. "Sei perfeitamente que, se quiser viver como atriz, vou ter de estar na mídia para levar as pessoas ao teatro", justifica.

Amigas

Na novela de Glória Perez, Manu será amiga inseparável de Raíssa e Lurdinha, interpretadas por Mariana Ximenes e Cléo Pires. Suas atitudes ousadas servirão de exemplo às amigas, que têm dificuldades em tomar decisões. Até o início das gravações, que deve acontecer em meados de dezembro, Luiza ainda pretende se encontrar com as meninas do Bonde Faz Gostoso "Elas dançam para caramba!" e acompanhar o DJ Marlboro em algumas de suas apresentações. Por enquanto, isso é tudo o que ela pode fazer por Manu. "Além do funk, tudo o que sei é que ela tem personalidade forte. É nisso que estou me inspirando. Mas ainda pode mudar muita coisa na história, prefiro deixar que as coisas aconteçam", conclui a atriz.

Voltar ao topo