Foto: Divulgação
Em exposição, J. Peón, artista da numismática.

Quase noventa anos depois de finalizada a Guerra do Contestado, fotos, objetos e documentos desse período histórico do Paraná estarão em exposição nas salas do Museu Paranaense a partir de hoje, às 19h. Até o dia 1.º de outubro, o público poderá conferir na mostra Guerra do Contestado 90 anos depois, armas brancas do acervo do museu, peças históricas da coleção de David Carneiro, recém-adquirido pelo governo do Estado, e trabalhos de J. Peón, o artista da numismática, que será homenageado na Sala Personagens Paranaenses.

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Passados 90 anos do acordo, a exposição lança luz a um dos temas mais importantes na formação dos estados sulistas. O acervo que estará no museu faz parte da história da região sul. A exposição está dividida em três salas do museu. A Sala Personagens Paranaenses é sobre J. Peón, artista da numismática paranaense, a Sala das Coleções expõe armas brancas do acervo do Ministério Público; e a Sala Especial mostra as peças do acervo David Carneiro, do governo do Estado.

Foto de local de confrontos entre os sertanejos na guerra.

A Guerra do Contestado teve seus momentos mais graves no desenrolar de uma guerra civil na disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná, além de numerosos acontecimentos conjuntos. A partir de 1680, quando os portugueses fundaram a Colônia do Sacramento, na margem esquerda do Rio da Prata, começaram os conflitos mais sérios entre Portugal e Espanha sobre a posse de terras localizadas na região sul. Além da problemática luso-espanhola, uma questão interna de limites envolveu, de um lado, a Capitania (depois Província e hoje Estado) de Santa Catarina, e de outro, inicialmente, a Capitania, depois Província de São Paulo e, a partir de 1853, a Província, depois Estado do Paraná.

Não houve, entretanto, qualquer acordo até o advento da República. A área em litígio passou a ser conhecida como Território Contestado ou, simplesmente,  Contestado. De 1912 a 1916, ocorreram em Santa Catarina e no Paraná os fatos mais sangrentos das suas histórias, quando a população do Planalto pegou em armas e deu o grito de guerra, no episódio conhecido por Guerra do Contestado. O resultado da disputa por território foi o massacre e a rendição em massa dos sertanejos, que não resistiram ao poder de fogo das forças repressivas.

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No dia 20 de outubro de 1916, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, em ato solene, foi assinado o Acordo de Limites pelos governadores de Santa Catarina, Felipe Schmidt, e do Paraná, Affonso Camargo, e pelo presidente da República, Wenceslau Braz, colocando um ponto final sobre os limites entre os estados litigantes.

Serviço:

Guerra do Contestado 90 Anos Depois. Museu Paranaense (Rua Kellers, 289 – Alto São Francisco).
De terça a sexta-feira, das 10h às 17h, sábados, domingos e feriados das 11h às 15h. Ingressos a R$ 2,00. Estudantes pagam meia entrada. Menores de dez anos e maiores de 65 têm entrada livre. Aos sábados a entrada é gratuita.