Abertura da Fashion Rio tem mix de roupa e guloseima

A grife infantil Lilica Ripilica abriu nesta segunda-feira (7) a temporada outono/inverno do Fashion Rio de 2008, com um desfile inspirado num chá da tarde num castelo francês. Vestidos, saias, casacos e boleros (espécie de casaco curto) tinham o mesmo tons das guloseimas – rosa, chocolate e baunilha. A moda da grife de crianças para a próxima estação será romântica, com babados, laçarotes e drapeados. Em alguns looks, as meninas estavam modernas, com calça xadrez e terninho. Botas e sapatos-boneca, boinas, chapéus e cachecóis complementavam o visual das mocinhas.

No casting da grife, atrizes mirins como Klara Castanho (do seriado Mothern, do canal a cabo GNT) e Sofia Terra, da novela Pé na Jaca, da Rede Globo de Televisão. Na platéia, muitas crianças – algumas até de colo. A pequena Fernanda Bina Siqueira Campos de Oliveira, de 5 anos, assistiu da primeira fila ao desfile da marca infantil e aprovou os "vestidos cor-de-rosa". Mas, ao ver um casacão bem fofo, fez cara feia. "Não gostei, não", disse, com a autoridade de quem é veterana nos desfiles da Lilica Ripilica: acompanhou o primeiro aos 3 anos.

Até o fim da semana, 46 grifes terão apresentado a moda outono/inverno em 33 desfiles nas tendas montadas na Marina da Glória e em outros salões, como o Copacabana Palace, Oi Futuro, Armazém 6 do cais, Museu Histórico Nacional e até no Centro Cultural da Ação da Cidadania, organização não-governamental (ONG) criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que morreu em 1997. A estação não é o forte da moda carioca. As grandes grifes de moda praia, como Salinas, Blue Man e Lenny, ficam de fora. Nesta 12ª edição do Fashion Business, a modelo Gisele Bündchen é a grande vedete e apresenta-se amanhã, logo no início da temporada, tirando um pouco do brilho do restante da semana de moda. Gisele está na capital fluminense, fotografando para o catálogo da grife catarinense Colcci.

Os desfiles deste ano têm como tema a tecnologia e inovação. "Infelizmente, ainda falta tecnologia à indústria da moda. Temos de correr muito. A China leva sete meses para produzir para a moda. Podemos tomar partido disso, desde que a inovação tecnológica seja facilitada. Isso permitirá que o custo da mão-de-obra caia, tornando os preços brasileiros mais competitivos", aposta a organizadora da semana de moda, Heloysa Simão.

Fierj

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, comemorou o crescimento das exportações da moda fluminense – o Estado está em terceiro no ranking nacional, atrás de São Paulo e Santa Catarina. "Enquanto em todo o Brasil, as exportações caíram 7,2% entre 2006 e 2007, no Rio, o crescimento nesse período foi de 12 8%. O valor do quilo exportado é de 28 dólares na média nacional mas, no Rio, vale 70 dólares. Essa diferença ocorre porque a moda aqui é linda, criativa, a cara do Rio. Paulista e afins, venham fazer negócio aqui", convidou Vieira.

Em paralelo ao Fashion Rio, ocorre a bolsa de negócios Fashion Business, que reunirá mais de 150 marcas em 80 estandes, também na Marina da Glória. As grifes serão visitadas por 35 compradores internacionais, além de um público estimado em 10 mil pessoas. A expectativa é que o Fashion Business movimente R$ 350 milhões no mercado interno e entre US$ 15 milhões e US$ 16 milhões em vendas para o mercado externo. O evento começa amanhã e termina sexta-feira, um dia antes do término da semana de desfiles.

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