A precoce Julieta das seis

Desde cedo, Regiane Alves quis provar para si mesma e para o mundo que era capaz de conquistar o próprio espaço. Aos 13 anos, começou a trabalhar como modelo depois de ganhar um concurso de beleza em Santo André, no Grande ABC, sua cidade natal. Com 17, entrou para a faculdade de Comunicação Social, mas logo trancou o curso para fazer teatro. Um ano depois, já casada com o publicitário Carlos Augusto, estreou na tevê como a protagonista de Fascinação, do SBT. Hoje, aos 25 anos e em seu segundo casamento, com o diretor André Felipe Binder, Regiane interpreta Belinha, a professora idealista de Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa. “Sempre fui precoce. Mas não me arrependo de nada do que fiz. Amo minha vida do jeito que ela é!”, enfatiza.

Na nova novela das seis, Regiane vive uma autêntica Julieta rural. Tal e qual a mocinha romântica da peça de William Shakespeare, Belinha ama quem deveria odiar: Neco, personagem de Danton Mello e filho do maior inimigo de seu pai, o coronel Justino, de Mauro Mendonça. De “megahair” para viver a nova personagem, Regiane teve aulas também de piano, caligrafia e equitação. Ao longo da carreira, Regiane já deu vida a outras duas mocinhas românticas. A Ana Clara, de Fascinação, e a Rosália, de A Muralha, também sofriam por amor. “É preciso ter cuidado para que a Belinha não vire uma chata”, pondera.

Diferente

Apesar de feliz com o convite para atuar em Cabocla, Regiane relutou em aceitá-lo. Só mudou de idéia ao constatar que a nova personagem em nada lembraria a anterior: a malvada Dóris, de Mulheres Apaixonadas. Graças à neta desnaturada que maltratava os avós, Regiane conheceu os prós e contras da profissão. Certa vez, num avião, pediu que o passageiro ao lado acendesse a luz. Ouviu, como resposta, que ele não ajudaria uma… “mala”. Em compensação, foi graças a Dóris também que Regiane teve seu contrato com a Globo renovado por mais cinco anos, até 2008. “A gente nunca tem certeza de nada no início de qualquer trabalho. É só no final mesmo, quando acaba a novela, que você vê o quanto aquele trabalho valeu a pena”, avalia.

Desejos de menina

Regiane Alves levou um susto ao se mudar para o Rio em 2000. Assim que começou a gravar A Muralha, essa paulista de Santo André se espantava toda vez que ia ao banco e cruzava com alguém de biquíni na fila do caixa. No comecinho da carreira, pedia para não fazer cenas de nu e nem aparecer de calcinha e sutiã no vídeo. Dois anos depois de sua estréia na Globo, surpreendeu ao encarnar uma típica lolita na novela Desejos de Mulher, de Euclydes Marinho. Apesar de já possuir 23 anos, convenceu como a jovem Letícia, cinco anos mais nova. “Acho que só tenho a ganhar com esse rostinho de menina. Quando fizer 30 anos, começo a interpretar mulheres de 25”, brinca.

Antes de assumir a irresistível Letícia, Regiane já havia sido convidada para interpretar outra lolita na tevê: a protagonista de Presença de Anita, de Manoel Carlos. Depois de assistir à minissérie, respirou aliviada por ter perdido o papel para Mel Lisboa. “Não sei se estava preparada para me expor tanto no vídeo”, confessa. Bobagem. Atualmente, o público pode conferir a hipnótica performance da moça no filme Onde Anda Você, de Sérgio Rezende. Nele, aparece como veio ao mundo numa cena que homenageia as musas do cineasta Federico Fellini. “Eu me senti poderosíssima. Afinal, eu e a Drica éramos as únicas mulheres em um elenco formado por homens”, provoca.

Sem timidez

A timidez e o recato iniciais se perderam com o tempo. Já na época de A Muralha, Regiane fez um ensaio para o site The Girl, do Terra. Em seguida, em Desejos de Mulher, encarnou o tipo lolita para a revista Trip. Mais recentemente, já aproveitando o sucesso da malvada Dóris, de Mulheres Apaixonada, enfeitou as páginas da Playboy.

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