A importância de uma trilha sonora

Você já prestou atenção na importância que a trilha sonora tem em filmes, propagandas, novelas e até mesmo no teatro? Nem todos percebem, mas a trilha sonora dessas mídias é, junto com outros elementos, responsável por emocionar, alegrar e até deixar o público em lágrimas com mais diversas formas como é utilizada.

A produção desse elemento requer muito estudo. “Tudo começa na encomenda feita pela agência de publicidade responsável pelo comercial ou pelo filme. Recebemos as informações sobre quais emoções devemos passar com a música”, conta o produtor Lou Schmidt.

De acordo com ele, cada caso requer um tipo de música. “Para um comercial de remédio, por exemplo, uma música acústica e calma é a mais indicada. Já para uma propaganda de roupas, a música eletrônica é a ideal. Produzir as trilhas é sempre um desafio. Tenho que desagregar do conceito de música que eu gosto e aprender a ouvir todos os estilos”, complementa.

Inúmeros instrumentos são utilizados na produção dessas trilhas sonoras. Os mais comuns são violão, piano, guitarra e contrabaixo, porém, existem outros métodos no mínimo curiosos. “Tenho que captar o lance da música no ar, escolher o ritmo e quais instrumentos usar. Muitas vezes temos que fugir desse padrão e explorar novos sons utilizando sons de animais e até ruídos”, conta o músico.

Além das propagandas, Schmidt faz trilhas para teatro, CDs e cinema. “Quanto ao cinema, o processo criativo e de pesquisa é o mesmo. Mas na propaganda o curto tempo torna tudo mais difícil. Temos que passar a idéia do comercial em 30 segundos”, revela.

Evolução

Ao longo da história, muitos filmes ficaram conhecidos por sua trilha sonora. Exemplo disso é a famosa cena de Psicose, de Alfred Hitchcock, onde Marion, interpretada por Janet Leigh, é morta durante o banho acompanhada do inesquecível som de “facadas”.

Nessa época, durante os anos 60, as trilhas sonoras já faziam parte das produções cinematográficas. De acordo com o coordenador de Ação Cultural do Museu da Imagem e do Som de Curitiba, Tiomkim, “tudo começou no advento do cinema sonoro durante a década de 30. Nessa época, as trilhas eram intensas e 100% sinfônicas. O cinema americano foi o grande responsável em fortalecer esse elemento”, explica.

Em Hollywood os cineastas da Fox Film e Warner Bros. – as produtoras mais influentes da época – já tinham em seus roteiros os maestros que iriam atuar na trilha sonora. “Max Steiner e Alfred Newman já tinham lugares garantidos nos filmes da Fox e Warner”, conta Tiomkim.

De volta aos anos 60s, maestros de outros países começaram a interferir nas produções cinematográficas, criando assim, novas tendências. “A partir de 1960 houve uma revolução nas trilhas sonoras. Os maestros ficaram mais exóticos criando novas tendências e temas mais modernos nas grandes produções”, diz.

Serviço

Grandes clássicos dos cinemas são apresentados no programa Cinemascope, a maravilhosa música do cinema. Ancorado por Tiomkim, o programa vai ao ar toda quinta-feira, à meia-noite, na rádio Paraná Educativa (FM 97,1).

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