A espera valeu a pena para Camila Morgado

Com 10 anos de teatro, a atriz de 27 anos deixou de estrear na televisão em “O Clone” a pedido de Jayme Monjardim, que preferiu “guardar” Camila para outro trabalho. Ao escalar o elenco de “A Casa das Sete Mulheres”, o diretor cumpriu a promessa e chamou a atriz de grandes olhos azuis para viver a sensível Manuela. O resultado é que Camila caiu nas graças do público na reta final da minissérie da Globo. Boa parte dos 500 e-mails diários enviados para a produção pede que Giuseppe Garibaldi, vivido por Thiago Lacerda, termine a trama com Manuela – e não com Anita, personagem de Giovanna Antonelli.

Final improvável, já que a história conta que Giuseppe e Anita foram para a Europa. Mesmo no livro em que se baseia a minissérie, Manuela espera até o fim da vida por Giuseppe. Mas o clamor dos espectadores não deixa de ser um reconhecimento pela interpretação da atriz em seu primeiro papel televisivo. “Torço para que eles acabem juntos. A Anita morre aos 29 anos e Garibaldi poderia voltar ao Brasil para reencontrar Manuela”, sugere Camila.

Independentemente de como vai ser o desfecho do romance entre Manuela e Giuseppe em “A Casa das Sete Mulheres”, a atriz já sente os reflexos de estar trabalhando em um papel de destaque na televisão. Camila percebe que é mais reconhecida pelo público semana após semana, mas tenta impedir que a popularidade mude a sua maneira de ser. A atriz se preocupa em não deixar se influenciar pela fama e manter os mesmos hábitos que tinha antes de aparecer na tevê. “O sucesso mexe com o ator, que já é muito vaidoso e egocêntrico. Prefiro ficar com os pés no chão”, argumenta.

Fatos e lendas

Camila garante que, ao começar a gravar a minissérie, estava ressabiada por ter de interpretar uma pessoa que existiu de verdade. A atriz então foi atrás de informações sobre a romântica Manuela, mas não chegou muito longe. O certo é que Manuela morava em Pelotas, era sobrinha de Bento Gonçalves, conheceu realmente Giuseppe Garibaldi e os dois trocaram correspondências. No entanto, não é certo que ela possuía um diário em que escrevia seus pensamentos ou que se vestiu de branco para esperar por Giuseppe até o final dos seus dias. Nem mesmo registros fotográficos de Manuela existem. “Ninguém sabe direito o que é lenda e realidade sobre a Manuela. Mas ela conheceu o Garibaldi, porque as cartas existem de fato”, afirma a atriz.

Dona de uma beleza pouco convencional, Camila admite que tem medo de ficar rotulada para um tipo de papel na televisão – o que acontece com freqüência. Mas a atriz acha que pode ser beneficiada por não possuir um físico padrão e que isso abre a possibilidade de ser chamada para interpretar personagens variados na tevê. “Estou mais para um tipo exótico, pois as pessoas me olham e não sabem se sou bonita ou feia. Mas o Jayme disse que era isso mesmo que ele queria para a Manuela”, avalia Camila.

Na verdade, a atriz reclama desta característica da televisão em rotular os atores para determinados tipos de personagens. “Ter que fazer só vilãs ou heroínas devido ao tipo físico é uma maldade com os atores, porque o mais importante é o comportamento humano e não a beleza”, acredita Camila.

Voltar ao topo