A ciência política no âmbito das universidades – A elaboração da política (VI)

Leslie Lipson, notável professor e sociólogo norte-americano, foi taxativo sobre a necessidade prática da ciência política ao definir ?O Estado é o que são suas funções, enquanto influenciadas pelas concepções dos homens do que deveriam ser?. Quer dizer, o que querem os cidadãos define, qualitativamente, as funções, que são o Estado, que, por sua vez, claro está, constituem uma estrutura em funcionamento, logo, uma organização, a do topo da sociedade, a mais perfeita.

Na ordem direta das coisas se vê, perfeitamente, que as aspirações humanas direcionam o Estado, que não determina e, sim, realiza.

O inter-relacionamento Estado-universidade e estudantes-cidadãos determina o grau de importância da ciência política no contexto social. As duas organizações de topo, na política e na educação; uma que autoriza, outra que promove. Na primeira, politicólogos que influenciam a elaboração da política; na segunda, professores que formam os agentes sociais, promotores da ligação orgânica cidadão-Estado.

Em países de democracia nominal, o processo interligado de cientistas políticos e professores de ciência política aceleraria, em muito, um outro processo vigente, embora lento, o de democratização. Haveria de contribuir socialmente na transformação de eleitores formais em eleitores reais; no lugar de legitimar a vontade de propostos, haveriam de votar em quem já fora legitimado pela opinião pública.

Há de se notar que, na relação entre Estado e universidade, entre politicólogos e mestres de ciência política, está o cidadão aprimorando suas concepções, a saber, engrandecendo e fortalecendo as funções do Estado em prol da expressão de si e da consciência.

Pedro Henrique Osório é professor universitário.

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