A arte fantástica d’OSGEMEOS em Curitiba

Pinturas de tons fortes e coloridos, cenas fantásticas, extraídas de sonhos e da realidade cotidiana, e os recorrentes personagens vermelhos e amarelos, que aparecem em instrumentos e caixas de som, são algumas características marcantes da produção contemporânea dos irmãos paulistas Otávio e Gustavo Pandolfo, de 34 anos. Eles formam a dupla OSGEMEOS, que, em maio, pintou a fachada de um castelo na Escócia e teve trabalhos expostos na famosa Tate Modern, de Londres, e na conceituada Deitch Gallery, de Nova York.

Pela primeira vez em Curitiba, OSGEMEOS trazem a cidade nove obras inéditas que ficarão expostas no Museu Oscar Niemeyer (MON) até o dia 1.º de fevereiro de 2009. Os dois produziram neste ano um material específico para essa exposição, intitulada Vertigem – OSGEMEOS. A mostra conta com esculturas, instalações interativas e painéis com mais de 1,5 metro feitos pelos dois irmãos.

Um dos destaques da exposição que está no MON é a instalação Os músicos, composta por 30 caixas de som, megafone, guitarra, baixo, violão e bateria. “A proposta é mesmo interagir, é o público tocar. Não é obrigatório, mas a idéia é de que as pessoas possam se divertir”, comenta Gustavo. Outra surpresa para os curitibanos é uma escultura móvel, ainda sem nome, construída em cima de um chassi de um automóvel. “No museu, ela vai ficar estática, para que as pessoas possam apreciá-la. Futuramente, usaremos em performances”, afirma Gustavo.

Divulgação
Em maio, os irmãos pintaram a fachada deste castelo na Escócia.

Além disso, haverá pinturas muito lúdicas, com cores e tons fortes. As obras são relacionadas aos sonhos e ao cotidiano dos artistas. “É uma mistura de tudo o que a gente vê, ouve e sente. São algumas janelas para diferentes mundos”, avalia Otávio.

Ainda neste mês, os irmãos vão para o Japão, onde farão um painel que ficará exposto no Museu de Arte Moderna de Tóquio. Gêmeos idênticos, a maior parte das obras dos irmãos é realizada sem um planejamento prévio. “Normalmente não combinamos, vamos fazendo. A gente tá sempre desenhando em papel.

Com o papelzinho na mão, passamos para a tela, para o mural.” Na poética da produção da dupla está o cotidiano simples, o amor, as viagens, as pescarias com o avô, os relacionamentos, as fugas e as contradições “na busca de novos caminhos”. “Fazemos uma crítica social e política. Em outras situações criamos um mundo paralelo, fantástico, lúdico, para poder sobreviver.”

Trajetória

Gustavo e Otávio começaram pintando a sala da casa dos pais, e ampliaram para as ruas do bairro paulista Cambuci, nos anos 1980s. Em uma surpreendente trajetória, a dupla OSGEMEOS chegou às conceituadas galerias e museus dos Estados Unidos e da Europa. Há anos, antes mesmo de terem o talento descoberto por especialistas brasileiros, a arte deles foi reconhecida por Jeffrey Deitch, curador da mostra Too far too close (Muito longe, muito perto). Foi Deitch quem abriu espaço para os irmãos em Nova York, na Deitch Gallery, onde permaneceram em cartaz até agosto deste ano. O mesmo curador que os apresentou para a Galeria Fortes Villaça, em São Paulo, onde expuseram em 2006.

Mas, o talento e a fama d’OSGEMEOS já percorria o mundo, desde 1994, Gustavo e Otávio já pintaram no Chile, Argentina, Cuba, Estados Unidos, Austrália, China, Japão e na Europa quase inteira. Na agenda deste a,no, ainda está prevista a realização, agora em outubro, de uma exposição no Museu de Arte Moderna de Tóquio (MOT) e a participação, em dezembro, em um Salão de Pintura Moderna e Contemporânea em Paris, no Louvre.

Serviço

Exposição Vertigem – OSGEMEOS. Em cartaz até 1.º de fevereiro de 2009, no Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999- Centro Cívico).
Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h.
Os ingressos custam R$ 4 (adultos) e R$ 2 (estudantes).
A entrada é gratuita para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.