A arquitetura imita a vida

Na metade da década de 80, a euforia e os excessos do crescimento desenfreado proporcionado pela prosperidade econômica. No meio dos 90, com o estouro da “bolha”, a ressaca. A história recente do Japão é traduzida pela arquitetura, representada na exposição Arquitetura Contemporânea Japonesa: 1985 -1996, que o Consulado Geral do Japão em Curitiba abre hoje às 19h no MAC – Museu de Arte Contemporânea do Paraná – ao lado da Fundação Japão e do Instituto de Arquitetura daquele país. A mostra permanece em Curitiba até o dia 29.

“Da mesma forma que o crescimento anormal gerou uma economia de “bolha?, o traço arquitetônico foi marcado pelo excesso”, explica o cônsul Katsumi Yoshimura no material de divulgação da mostra. “Como era de se esperar, a bolha explodiu, o banquete acabou, e hoje as condições sociais são difíceis.”

Ele conta que desde então os japoneses têm refletido muito mais sobriamente. “Mas a era da bolha não deve ser totalmente repudiada, já que abriu várias possibilidades para a arquitetura e para a cultura em geral”, ressalva. “Os arquitetos continuam usando a experiência adquirida nos tempos da euforia, e a diversidade da expressão alcançada é mantida hoje com orçamentos reduzidos. Isso demonstra que a arquitetura é parte inerente à cultura de um povo, e não movida exclusivamente pela economia”.

Categorias

Na exposição trazida a Curitiba, os trabalhos são divididos em sete categorias – Metrópoles, Cidades de Porte Médio, Pequenas Cidades e Vilarejos, Subúrbios, Aterros, Campo e Locais de Resort -, como uma forma de melhor retratar a maneira com que a expressão arquitetônica reagiu às mudanças das condições sociais no Japão. “Essas classificações não são apenas geográficas. São sociais. Elas nos preparam para uma melhor compreensão da natureza do Japão e de sua arquitetura hoje”, resume o representante japonês.

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