Zico completa 50 anos hoje

Na festa pelos seus 50 anos, hoje, o que não vai faltar para o técnico da seleção do Japão, Zico, são motivos de comemoração. Afinal, poucos esportistas podem completar meio século de vida com a certeza de que sua trajetória e seus feitos servem de exemplo para milhões de pessoas.

Zico pertence à classe de jogadores conhecidos por sua habilidade e fidelidade ao clube do coração. Não é obra do acaso que seja o ídolo de uma das maiores torcidas do mundo, a do Flamengo.

Dos 50 anos bem vividos, Zico dedicou 21 anos ao Flamengo. Da estréia na escolinha rubro-negra, em 1967, até 1990, quando se despediu do clube, após atuar entre 1983 e 1985 pela Udinese, da Itália, ele marcou 729 gols, do total de 831 gols de sua carreira.

Pelo Rubro-Negro, Zico conquistou os principais títulos internacionais cobiçados por qualquer jogador. Foi campeão da Taça Libertadores da América e Mundial Interclubes, ambos em 1981, além de colecionar quatro títulos brasileiros e sete cariocas.

Mas é na seleção brasileira que Zico talvez tenha sofrido a maior injustiça na carreira ao não conseguir se sagrar campeão mundial.

Maestro da mágica equipe da Copa da Espanha, em 1982, ele foi obrigado a se curvar ante a impiedosa Itália, na quarta-de-final. Quatro anos depois, no México, desperdiçou uma cobrança de pênalti contra a França. Fato que o incomoda até hoje.

Mesmo com essa pequena mancha no currículo, o atacante de 1,72m entrou para a história brasileira por suas exímias qualidades nas cobranças de falta, cabeceio, chute e organização das jogadas. Enfim, um atleta “quase perfeito”. Perfeição prejudicada por uma série de contusões nos joelhos, entre 1985 e 1986, que o levaria o operá-lo sucessivas vezes.

A partir de 1994, Zico também brilharia fora dos gramados. Antes de encerrar a carreira aceitou o desafio de atuar no Japão pelo Kashima Antlers, em 1991. Da amizade com os japoneses, conseguiu desenvolver o futebol local e foi convidado a permanecer trabalhando no clube, como dirigente.

O êxito de Zico na função o levou de volta para a seleção brasileira, desta vez, como coordenador-técnico do time que foi vice-campeão, em 1998, na Copa da França, e, mais uma vez, o título mundial escapou de suas mãos.

O ídolo da torcida rubro-negra ainda se aventurou na política. Entre 1990 e 1991, Zico foi secretário de Desportos do então presidente Fernando Collor de Mello. Na ocasião, a vida burocrática e a falta de verbas o fizeram desistir do cargo. Não sem antes deixar a “Lei Zico”, extinguindo o passe dos atletas. No entanto, o documento teve sua redação alterada na hora da aprovação, não refletindo os anseios do craque.

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