Zetti declara que problema político atrapalhou

Zetti se mostrava conformado com a situação. “Disse que o time teria que estar voando na 8.ª rodada e infelizmente isso não aconteceu”, lamentou o treinador. “Mas, é muito ruim ser mandado embora.”

Apesar de assumir a responsabilidade pelos maus resultados e reconhecer que alguns jogadores não deram a resposta técnica que se esperava, o ex-técnico do Paraná fez duras críticas a parceiros do clube e alertou para problemas políticos que interferem diretamente no futebol profissional.

“Não me afetou, porque acredito nas minhas palavras e não em pessoas que chegaram ontem no futebol”, desabafou o técnico. “Saio após três derrotas, mas tranquilo por ter feito tudo pelo meu pensamento, sem interferência”, frisou. “Mas, o Paraná está hoje precisando se equilibrar. Em especial na política do clube, na qual não me envolvo.” Zetti confirmou que recentemente foi convidado para jantar com o diretor da Base, Marlo Litwinski.

“Sei que é um investidor, que pensa em ganhar dinheiro e briga pelo seu patrimônio”, destacou. “Porém, é um mal para o Paraná, porque ele não vê projeto. Pensa apenas em revelar, vender e tirar o que foi investido.”

Para Zetti, essa questão deixa o presidente Aurival Correia numa “saia-justa”. “Sei que ele precisa dos dois lados e isso atrapalha o andamento do clube. Fui pego nesse fogo cruzado”, arrematou, sem esconder que possui bom relacionamento com o outro lado dessa disputa, o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho.

“Sou amigo dele como sou do Juan Figger. Se hoje, após dez anos de estrada, fosse para me juntar a alguém, estaria com o Figger. Mas, prefiro seguir um caminho independente e nunca recebi nada de empresário algum”, afirmou. “Então, não é por pressão de um ou outro que vou escalar determinado atleta. O Elvis está jogando porque tem muita qualidade. Na pressão, não se escala ninguém.”

O treinador disse que o alerta serve para a torcida paranista tomar conhecimento sobre essa “queda-de-braço” que ocorre nos bastidores do Tricolor. “Enquanto não houver equilíbrio no clube, com todos remando para o mesmo lado, será muito difícil trabalhar. E isso se reflete no grupo de atletas”, arrematou Zetti, antes de deixar a Vila Capanema.

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