Zetti admite que só vitórias espantarão a crise na Vila

O desempenho muito aquém do esperado gera desconforto e cobranças. No centro dessa tormenta está o técnico Zetti, que deixou de ser unanimidade para boa parte da torcida e também de conselheiros do clube.

Um clima tenso que não muda a conduta do profissional, já acostumado com esse tipo de pressão diante da ausência de resultados. Precisando de respostas imediatas, ele já estuda a melhor forma de parar a Portuguesa, sabendo que apesar das garantias dadas pelo presidente Aurival Correia, novo tropeço pode ser fatal para a continuidade do projeto iniciado há exatos 56 dias.

“Essas reuniões são normais. Na semana passada, a gente já havia conversado, sempre buscando melhorar o padrão de jogo”, revelou o treinador. “Só que agora foi uma necessidade.”

Zetti lembrou que muitas das situações vividas nas últimas partidas foram trabalhadas nos treinos e preleções. “Estamos sempre alertas para essas questões e não fomos surpreendidos pelos adversários. Mas, na prática, não conseguimos aquilo que pretendíamos”, justificou.

Para o técnico paranista, a cobrança é natural diante dos números obtidos nas oito rodadas iniciais. “Minha projeção era para que entre a 7.ª e 8.ª rodadas a gente estivesse voando. E isso não aconteceu”, lamentou.

Zetti sabe que a partir desse momento será cobrado não apenas pelo trabalho, mas muito mais pelo resultado. “Isso é da cultura do futebol. Já passei por pressões como essa, mas o futebol está no meu sangue. Vivo intensamente minha profissão e é preciso sabedoria e calma para resolver os problemas”, explicou o treinador.

“Se lá na frente eu sair, tenho certeza que outro treinador vai dar sequência naquilo que está sendo feito.” Nas contas de Zetti, ele só não contava com os deslizes dentro de casa, em especial no empate com o Ceará (3×3) e a derrota para o Brasiliense (2×0).

“Não nos resta alternativa senão buscar resultados fora. Mais do que isso, temos que fazer um grande jogo no Canindé para mostrar que esse time tem potencial”, avisou o treinador. Zetti, porém, não aceita a ideia que seu time esteja fragilizado no sistema defensivo.

Defende com unhas e dentes o sistema 4-4-2 e credita aos erros individuais as recentes derrotas. “Minha ideologia de trabalho é assim. Gosto de um meio-de-campo com quatro jogadores. Além disso, para usar um sistema com três zagueiros é preciso treinar muito essa formatação”, disse. “Não é algo que você muda de uma hora pra outra.”

Na visão do treinador, seu time está bem postado em campo dessa forma, com dois volantes jogando bem. “Perdemos em erros bobos. Mas, não posso entrar na cabeça do jogador no momento exato para ele dar um chutão ou evitar uma falta. Isso faz parte do jogo”, ponderou.

Para Zetti, o grande problema de seu time continua sendo o ataque. “Tenho que acertar isso. É onde estamos devendo. Se você leva um, mas faz dois, três gols, tudo bem. Em relação à defesa e ao meio-de-campo, estou tranquilo, mesmo”, arrematou Zetti.

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