Zagueiro do Coritiba quer fazer gol no seu ex-time

Ele conseguiu provar em campo o que muitos ainda suspeitavam que não fosse acontecer. Na série de decepções do jogo contra o Grêmio, o zagueiro Odvan conseguiu ser o melhor jogador do Coritiba, dando esperanças à torcida de que a defesa alviverde pode se estabilizar. Agora, o desafio é enfrentar seu ex-clube. E vencer o Vasco de forma contundente parece ser um desejo íntimo do jogador.

Odvan surgiu no Vasco como um jogador desconhecido, e saiu de lá como zagueiro de seleção brasileira – e ao mesmo tempo considerado um atleta ultrapassado. Depois de conquistar os títulos brasileiros de 97 e 2000 e a Libertadores de 98, ele foi descartado sem mais delongas pelo clube. As passagens apagadas por Botafogo e Santos só confirmavam essa tese. Odvan precisava dar uma resposta aos críticos.

E estes também viram com ceticismo a contratação dele pelo Coritiba. E desde que chegou ao Alto da Glória, o zagueiro vem dando mostras que estava querendo mesmo responder aos incrédulos – e talvez até para ele mesmo. Odvan foi o destaque de vários treinos, apresentando a força física de sempre e mais calma que de costume. Essa serenidade dentro de campo ele aprendeu com um dos maiores zagueiros do futebol brasileiro nas últimas décadas. “O Mauro Galvão foi um cara que me ajudou muito, e hoje eu posso até passar para os jogadores mais jovens as lições que ele me passou”, conta.

Agora, vem o Vasco. “É claro que é um jogo especial, por tudo que o Vasco representa na minha carreira. Quero vencer, e se possível até marcar um gol”, avisa Odvan, que também tem planos ambiciosos para o Coritiba. “Nós temos que pensar alto. Vim para o Coritiba pensando em conquistar títulos, e se possível começando com o título brasileiro”, promete.

Direção do Coritiba fica no Sul, longe da pressão

Parecia que não era para tanto. Afinal, o Coritiba teve uma atuação regular contra o Grêmio, domingo, em Porto Alegre. Mas esse conceito não serviu para a diretoria, que demonstrou insatisfação com a presença do time no Olímpico – e, é claro, com o resultado. E foi na capital gaúcha que as conversas entre dirigentes e o técnico Paulo Bonamigo aconteceram.

O treinador permaneceu no Rio Grande do Sul para participar de uma tradicional reunião de ex-atletas e treinadores promovida pelo jornalista João Bosco Vaz, que aconteceu na noite de ontem. Como convidados de Bonamigo, lá também permaneceram o secretário Domingos Moro, o coordenador-técnico Sérgio Ramirez e o gerente Oscar Yamato. Involuntariamente, a cúpula do futebol alviverde ganhou um dia longe das pressões para lavar a roupa suja.

E ela foi posta no tanque ainda no domingo. Após a partida, alguns jogadores até tencionavam criticar a atuação da equipe, mas acabavam por manter o tom conciliatório. Mas Domingos Moro atirou forte, reclamando da atitude do time contra o Grêmio. “Nós não jogamos absolutamente nada. Não tivemos presença ofensiva, não conseguimos impor o jogo. Foi horrível”, comentou o dirigente.

Em algumas declarações, ficava evidente a irritação com Bonamigo. “Acho que o clima de indefinição que tomou conta da semana prejudicou o time”, disse, citando as dúvidas no ataque e a disputa da vaga entre Roberto Brum e Willians, que chegou a criar mal-estar dentro do clube. Mas, quando perguntado, Moro garantiu não estar aborrecido com o técnico alviverde. “De forma alguma, o que aconteceu foi um fato isolado. São coisas que temos que aprender para os jogos que virão pela frente”, desconversou.

Do seu lado, Bonamigo parecia convencido que o domingo não era dia do Coritiba. “Faltou qualidade para o time em momentos importantes do jogo. Nós tivemos o domínio das ações no segundo tempo, mas não conseguimos criar oportunidades mais claras”, comentou o treinador. E ele foi condescendente, já que Danrlei, a rigor, não fez uma defesa difícil no jogo todo.

E é isso que deve nortear o pensamento alviverde para a partida de domingo, contra o Vasco. “Não podemos mais perder pontos em casa”, resumiu Bonamigo. “Creio que o que aconteceu contra o Grêmio não vai se repetir. E não podemos também criar uma tragédia do que aconteceu. Não é hora para desespero, e sim para reflexão e preparação para o que vem pela frente”, finalizou Domingos Moro.

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