WQS, uma nova chamada para elite do surfe mundial

Florianópolis, SC – Começou ontem, em Florianópolis, com a disputa das primeiras triagens, o Onbongo Pro Surfing, mais importante etapa do World Qualifying Series (WQS), a segunda divisão do surfe mundial , realizada no Brasil. O evento se estende até domingo, na Praia Mole, um dos melhores locais para o surfe na Ilha de Santa Catarina.

A competição teve 208 inscritos – um recorde para o Brasil -, dos quais oitenta serão eliminados até amanhã de manhã, período previsto para a disputa dos quatro primeiros rounds. A maioria dos competidores é de brasileiros (109), mas atletas de 16 países estão participando da competição (são 99 estrangeiros no mar da Mole).

Somente a partir do quinto round, quando começam a cair na água os principais nomes do surfe brasileiro, é que o evento começa a pegar fogo. O evento serve para que parte dos atuais brazucas integrantes da elite do surfe mundial aproveite a oportunidade de se garantir entre as estrelas do circuito mundial. Afinal, todos que poderiam subir no ranking não obtiveram bons resultados na décima etapa do WCT (World Championship Tour), que se encerrou na terça-feira, na Praia da Vila, em Imbituba, com vitória do norte-americano Kelly Slater. O melhor brasileiro foi Renan Rocha (3.º colocado), mas que entrou no evento como substituto de um dos 27 que integram a elite.

Já os que precisavam de um bom resultado no WCT Brasil ficaram pelo caminho (casos de Peterson Rosa, Fábio Gouveia, Armando Daltro e Flávio “Teco” Padaratz), e portando jogam suas fichas na disputa da segunda divisão, para assim garantir vaga na elite do próximo ano.

Premiação recorde

Para outros, no entanto, este tipo de competição é uma forma de mostrar a cara para o mundo do surfe, e conquistar um patrocínio para entrar na elite. É o caso de vários garotos do Paraná que ontem iniciaram um périplo, tentando alcançar os primeiros pontos no ranking do WQS. No caso do Onbongo Pro Surfing, serão distribuídos 2.500 pontos para o campeão.

Mas não são apenas os pontos que estão em jogo. Além de lutar por uma vaga na elite, o Onbongo Pro Surfing é uma das etapas que mais distribui premiação no circuito WQS. Serão US$ 125 mil para todos os inscritos. Quem mais avança nas baterias e fases, mais ganha e o título rende ainda US$ 15 mil na conta bancária.

Entenda o ranking

Diferente do futebol, onde cada equipe disputa vaga para a próxima temporada, jogando na sua divisão, o surfe mundial é dividido em apenas duas divisões. A elite, ao longo da temporada, é disputada em 12 etapas pelos cinco continentes, e se chama World Championship Tour (WCT ou, ao pé da letra, Volta dos Campeões do Mundo), reunindo apenas os 44 melhores surfistas e outros quatro convidados pela direção de cada etapa específica. Para definir quem são esses 44, a Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) estipulou a seguinte regra: os 27 melhores do ranking WCT estão automaticamente classificados para a temporada seguinte. As outras 15 vagas são definidas pelo ranking do World Qualifying Series (WQS ou Séries Classificatórias para o Mundial), que funciona como segunda divisão, e onde as etapas aceitam inscrições, sem limite de participantes.

Nos eventos WCT, as baterias do primeiro round são disputados por três surfistas, dos quais apenas um avança para a terceira fase, enquanto os perdedores são reagrupados em baterias homem-a-homem, as quais são decisivas. Quem perde cai fora, até definir o título da etapa.

Já os eventos da divisão de acesso, cujo número de competidores pode variar, define assim seu período de duração. Nos EUA, eventos chegaram a ter 300 competidores.

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