Mais uma vez o Atlético precisou de muita persistência e um bocado de sorte para conseguir um bom resultado no Brasileiro. Jogando no Serra Dourada, em Goiânia, o Furacão empatou em 2 a 2 com o Goiás, um adversário direto na classificação. Willian foi novamente o herói rubro-negro, marcando o gol de empate aos 45?do segundo tempo.
Logo no início do jogo, a defesa atleticana mostrou sua já notória deficiência nas bolas aéreas. Aos três minutos, Jadílson bateu falta pela esquerda. O zagueiro Leonardo subiu sozinho e marcou de cabeça.
Vinte minutos depois, a zaga rubro-negra falhou ainda mais feio. Vitor avançou com liberdade pela direita e cruzou. Souza teve que se abaixar, ao lado de Danilo, para cabecear no contrapé do goleiro Cléber e fazer o segundo do Goiás.
O Atlético não conseguiu criar uma única boa chance ao longo de toda a primeira etapa. Lento no ataque, displicente na marcação e sem criatividade no meio-campo, o time rubro-negro parecia desinteressado da partida.
Mesmo limitado, o time da casa era superior e por muito pouco não chegou ao terceiro gol. Souza, completamente livre no meio área, perdeu uma chance inacreditável, acertando a trave. No rebote, Jadílson bateu cruzado, para fora.
No intervalo, o técnico Vadão tentou dar mais ânimo ao Furacão, mas sem mudar o esquema tático com três volantes. Válber e Paulo Rink entraram no lugar de Ferreira e Marcos Aurélio, respectivamente.
O Atlético melhorou e passou a ter mais posse de bola. Mesmo assim, não conseguia levar perigo ao gol defendido por Harley. Mas o Goiás, satisfeito com o resultado, recuou e passou a dar espaço para o Furacão.
Vadão gastou sua última carta, colocando o meia Willian no lugar do lateral Jancarlos. A alteração acabou sendo decisiva para o resultado do jogo. Aos 30?, Michel recebeu na entrada da área e bateu colocado, marcando o primeiro gol rubro-negro da noite.
A partir daí, o Atlético sufocou o Goiás em seu campo de defesa. O time da Baixada tentava de todas as maneiras chegar ao empate, que quase saiu dos pés de Dênis Marques. Ele recebeu passe de Paulo Rink e acertou a trave, aos 42?.
Mas o destino reservou a tarefa para o iluminado Willian. Ele repetiu o feito do último sábado, contra o Santa Cruz, e aproveitou um cruzamento de Válber para, aos 45?, cabecear para a rede e garantir mais um ponto para o Furacão.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Serra Dourada (Goiânia-GO)
Árbitro: Djalma Beltrami (FIFA-RJ)
Assistentes: Aristeu Leonardo Tavares (FIFA-RJ) e Marcos Tadeu Peniche Nunes (RJ)
Gols: Leonardo 3 e Souza 23 do 1º; Michel 30 e Willian 45 do 2º
Cartões amarelos: Aldo, Leonardo (GOI); Paulo Rink, Denis Marques (CAP)
Renda: R$ 43.867,00
Público: 5.205 pagantes
GOIÁS 2×2 ATLÉTICO
Goiás
Harley; Aldo, Leonardo e Galeano; Vitor (Leirielton), Cléber, Romerito, Juliano (Fabiano) e Jadilson; Souza e Johnson (Nonato). Técnico: Geninho
Atlético
Cléber; Jancarlos (Willian), Danilo, João Leonardo e Michel; Marcelo Silva, Erandir, Cristian e Ferreira (Válber); Marcos Aurélio (Paulo Rink) e Denis Marques. Técnico: Vadão
Representantes de Dago ?arranjam? outra prova
Os empresários de Dagoberto tentaram junto à CBF uma nova cartada para reverter a situação do jogador, que teve seu contrato com o Atlético prorrogado pela Justiça do Trabalho. Eles consultaram a entidade sobre a possibilidade de uma ação junto à Fifa, mas receberam a resposta de que a decisão judicial torna ?impossível? qualquer iniciativa por parte da Confederação.
A resposta da CBF foi enviada aos procuradores de Dagoberto através de uma carta em papel timbrado, assinada pelo assessor jurídico Valed Perry. ?Efetivamente, surpreendeu-nos a decisão (…) determinando a prorrogação do contrato do jogador por 250 dias, até por se tratar de caso inusitado, não nos restando alternativa senão cumpri-la?, diz o documento.
Mesmo assim, os empresários do jogador ficaram satisfeitos com a manifestação.
?O Dagoberto ficou muito feliz com esse parecer, ao perceber que não é só ele que está vendo as coisas dessa maneira, já que a própria CBF considera o caso inusitado?, diz Naor Malaquias, da Massa Sports, empresa que gerencia a carreira do atacante.
Malaquias também comemora outro trecho da carta de Valed Perry, que questiona a multa rescisória prevista no contrato de Dagoberto com o Atlético. O pedido de anulação dessa multa foi apresentado pela defesa do jogador à Justiça. ?Vamos anexar esse documento na ação, para mostrar que até a CBF reconhece que a multa (inicialmente estipulada em R$ 27 milhões) é irregular?, revela Malaquias.
Na verdade, Perry é evasivo ao comentar o assunto e não apresenta um parecer definitivo. ?Parece-nos que o valor da cláusula penal (…) ultrapassa o limite fixado pela Lei n.º 9.615/98?, afirma a carta. Ele também diz que o jogador ?a respeito desse fato poderá dirigir-se à CBF, com sua representação para estudo?. Naor Malaquias, porém, diz que Dagoberto não vai apresentar nenhuma representação neste momento. ?Vamos aguardar a decisão do juiz?, afirma. O julgamento final da ação movida pelo Atlético contra Dagoberto está marcado para o dia 20 de outubro.