Wendell abre caminho para virada de mesa

O volante Wendell admitiu ter atuado irregularmente no Flamengo durante o campeonato brasileiro de 2002. Ele reconheceu ontem, em Fortaleza, que as pessoas que assinaram a sua rescisão de contrato com o Ceará não tinham a sua autorização para isso. A comprovação da irregularidade pode provocar o rebaixamento do clube carioca e abriria um precedente para uma virada de mesa.

De acordo com Wendell, o advogado do Ceará, Emerson Damasceno, e o então advogado dele, João Paulo Lopes, autores das assinaturas que constam no contrato rescisório tinham realmente uma procuração sua. “Mas a mesma não lhes dava poderes para assinarem nada por mim”, explicou o jogador, que alega não ter agido de má fé. “Só fiquei sabendo disso em dezembro. Naquela época (quando saiu do Ceará), havia assinado uma porção de documentos e pensei que um deles era a rescisão. Mas, na verdade, era uma opção de rescisão”, contou.

Como utilizou Wendell em três partidas do brasileiro (jogou contra Ponte Preta e Bahia e ainda ficou no banco de reservas no confronto com o Grêmio), o Flamengo pode perder 5 pontos por jogo. E isso provocaria o rebaixamento do time carioca para a segunda divisão.

Aproveitando a situação para tentar reverter seu descenso, a Portuguesa já entrou com um protesto no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Mas há ainda a possibilidade de um acordo: o Flamengo não cairia, mas os quatro clubes rebaixados (a própria Lusa, mais Palmeiras, Botafogo e Gama) seriam mantidos na primeira divisão.

Histórico

Wendell jogou no Ceará no primeiro semestre de 2002. Em agosto, foi para o Uniclinic, outro time cearense, que o emprestou então ao Flamengo.

Como a assinatura da rescisão contratual do Ceará para o Uniclinic não pode ser considerada como legal, como informa o próprio jogador, isso invalidaria a negociação e, conseqüentemente, a posterior transferência para o Flamengo.

Atualmente, Wendell está jogando pelo Fortaleza. Ele disse ter readquirido seus direitos federativos porque o Flamengo lhe deve quatro meses de salários. Também está com um processo na Justiça do Trabalho contra o Ceará. Cobra do clube cearense R$ 44 milhões, referentes à multa de quebra de contrato.

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