Webber e Vettel dominam treinos na Fórmula 1

Quase um segundo de diferença para o terceiro colocado. Dois carros na primeira fila. Adversários se lamentando pelos cantos. Em Barcelona, a Red Bull é uma categoria à parte. Fará, hoje, uma corrida de dois carros no GP da Espanha, quinta etapa do Mundial de F-1. Aos demais, as migalhas. Isso, claro, se nada de anormal acontecer. “Eles são imbatíveis aqui”, garantiu Fernando Alonso, da Ferrari, quarto no grid. “Não há nada que possamos fazer, a não ser torcer para que alguma coisa inesperada aconteça”, emendou Lewis Hamilton, da McLaren, terceiro.

A pole-position ficou com Mark Webber, 1min19s995. Sebastian Vettel foi o segundo, 0s106 atrás. “Vai lá e se diverte”, foi o que disse o chefe da Red Bull, Christian Horner, a Webber, antes da classificação. O australiano fez exatamente isso e ainda encaixou uma volta próxima da perfeição. Foi sua segunda pole no ano. A quinta do time austríaco, único a largar na frente em 2010.

“O carro deles é muito rápido e a nós só resta lutar para conseguir o melhor resultado possível”, falou um desolado Felipe Massa, nono no grid, 1s590 atrás de Webber. “Pode ser que tenhamos alguma surpresa no desgaste de pneus”, torce o diretor-técnico da Ferrari, Chris Dyer. São apenas esperanças vãs. Numa pista técnica e de curvas de alta velocidade e raio longo, como a de Barcelona, se sai bem o carro mais bem construído em termos de aerodinâmica. É o caso dos Red Bull, assinados pelo projetista Adrian Newey.

O líder do Mundial, Jenson Button, da McLaren, larga em quinto, com Michael Schumacher, da Mercedes, logo atrás. É a primeira vez no ano que o heptacampeão mundial consegue se classificar à frente do companheiro Nico Rosberg no grid – este parte em oitavo e vai buscar pontos que o mantenham na vice-liderança do campeonato.

A surpresa do dia foi a presença de Kamui Kobayashi na décima posição, com o carro da BMW Sauber. Robert Kubica, da Renault, voltou a se classificar entre os primeiros, com a sétima posição no grid. Seu nome passou a ser ventilado mais uma vez como possível contratado da Ferrari no ano que vem, para o lugar de Massa. Especulações que só ganham força a cada mau desempenho do brasileiro, como ontem. “Ele não se achou com o carro o fim de semana todo”, disse o chefe do time de Maranello, Stefano Domenicali. “Fernando, por outro lado, conseguiu uma volta perfeita graças ao seu talento”.

Lá atrás, no grid, o sexteto das nanicas cumpriu sua sina de ficar nas últimas posições, com pelo menos um piloto, Bruno Senna, reclamando de “um defeito grave” na traseira de seu carro. A eles, condutores da Lotus, Virgin e Hispania, juntou-se Rubens Barrichello, da Williams, na degola do Q1, a primeira parte da classificação. O brasileiro reclamou que “o rádio é ruim”, por isso o engenheiro falou com ele na hora errada “e me atrapalhou” – e contou também que Hamilton, ao escapar da pista à sua frente, “bombardeou” seu carro com pedriscos que chegaram até a furar o capacete.

O GP da Espanha começa hoje às 9h de Brasília e terá 66 voltas.

Multa

A Ferrari foi multada em US$ 20 mil porque liberou Alonso dos boxes quando Rosberg passava pelo pit lane. Os dois quase se tocaram.