Vôlei brasileiro conquista o mundo

Dez anos depois da primeira grande conquista (o ouro olímpico em Barcelona/92), o vôlei do Brasil obteve no dia 13 de outubro o segundo grande título de sua história. Assim como em Barcelona, foi num saque certeiro que o Brasil se vingou da Rússia (que vinte anos antes havia roubado, ainda como União Soviética, nossa última oportunidade de conquistar um mundial), que um mês antes havia vencido a Liga Mundial, ao derrotar o Brasil na final, em Belo Horizonte.

O título veio coroar o trabalho de um grupo decidido, que teve um toque do exigente e brilhante técnico Bernardo Rezende.

Foi um Mundial dos mais equilibrados de todos os tempos. No início da competição, oito seleções figuravam como favoritas ao título, de um total de 24 equipes participantes. Encabeçavam a lista a Itália (como atual campeã), e a Iugoslávia (atual campeã olímpica). A Argentina (como organizadora) e forças como Rússia, França, Cuba, Estados Unidos e Brasil, compunham a lista de sérias candidatas ao título.

A estréia foi tranquila, mas a vitória, contra a fraca Venezuela, mostrou um time sem brilhantismo. Na segunda partida porém os EUA surpreenderam e deixaram os meninos de Bernardinho com o amargo gosto da derrota. Dali em diante no entanto, o time se reencontrou com seu destino, apresentando ao mundo o melhor vôlei do planeta.

Numa campanha espetacular, a segunda fase fez deslanchar o elenco brasileiro, que contava com a experiência de dois campeões olímpicos em 1992 (Maurício, em seu quarto Mundial, e Giovane) que fizeram a diferença na hora da decisão.

Nas finais, valeu a garra e a união do grupo em busca do objetivo, despachando logo nas quartas-de-final a toda poderosa Itália, quebrando uma hegemonia de 12 anos dos italianos. Na semifinal a vítima foi a campeã olímpica Iugoslávia.

Na final, como há vinte anos antes, o Brasil enfrentou a Rússia (em 1982, o adversário era a antiga União Soviética), mas desta vez, o Brasil possuía muito mais equilíbrio, com muito mais que os seis titulares daquela época. Numa final eletrizante, foi de Giovane, o lance que pôs fim a uma espera de vinte anos, coroando o sucesso do binômio trabalho e competência, fazendo o brasileiro vibrar com a primeira grande conquista de seu vôlei, com um detalhe importante: em pleno Luna Park, em Buenos Aires, local onde havia sido derrotado pelos soviéticos.

Voltar ao topo