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Vicente Lenílson destaca prejuízo ‘incalculável’ por bronze tardio em Pequim

Foram quase nove anos de espera até a equipe brasileira de revezamento 4×100 metros ter a chance de comemorar a conquista do bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, o que foi confirmado nesta quarta-feira após o Comitê Olímpico Internacional (COI) confiscar o ouro da Jamaica. A equipe foi punida em razão do doping de Nesta Carter, que testou positivo para metilhexanamina, um estimulante proibido, na reanálise das amostras dos exames antidoping realizados pelos atletas na Olimpíada de 2008 pelo COI.

Naquela oportunidade, em Pequim, ele abriu o revezamento para a equipe jamaicana, que já tinha como grande estrela o astro Usain Bolt e venceu a prova com o tempo de 37s10, então o recorde mundial do 4×100 metros. Além de Carter e Bolt, a equipe também foi composta na final por Asafa Powell e Michael Frater.

Ao comentar o bronze tardio garantido para o Brasil, Vicente Lenílson, que fez parte da equipe do revezamento brasileiro em Pequim, diz que só vai acreditar na entrega da medalha quando o terceiro lugar for ratificado. Apesar da alegria pela segunda medalha da carreira – também foi prata no revezamento 4x100m nos Jogos de Sydney, em 2000 -, ele não vê o mesmo brilho.

“Você ser medalhista olímpico é uma coisa e receber a medalha no pódio olímpico é outra. Não tem preço que pague isso”, destaca. Lenílson também aponta as frustrações do pódio tardio, especialmente na questão financeira. Além dele, José Carlos Moreira (Codó) e Bruno Lins integravam o clube Rede Atletismo na época e receberiam premiação pelo feito.

“Nessa época, o clube dava bonificação por medalha de R$ 1 milhão. Isso já não vai mais acontecer. Financeiramente, nós tivemos um prejuízo incalculável. Quando você se vende para um clube como medalhista olímpico é um preço completamente diferente de quando você se vende para um clube sem ser medalhista olímpico”, critica. E complementa: “O clube já não existe mais. Fico me perguntando quem vai arcar com isso agora, com essa indenização. Certamente ninguém”.

A questão ética é outro motivo para a decepção de Vicente Lenílson. “Nossa equipe foi enganada por alguém durante nove anos e esse alguém tem de se responsabilizar por isso. Muitas coisas na minha vida e na vida desses garotos poderiam ter mudado, mas não mudaram por causa da incompetência ou por causa da ganância de alguém”, dispara.

O quarteto criou um grupo no WhastApp para conversar sobre o desenrolar do caso. Segundo Codó, a ansiedade é grande. “Está sendo um momento de tensão ainda. Tem a expectativa de querer a medalha logo, mas agora é preciso ter paciência, esperar a CBAt e o COB tomarem as providências necessárias para que a gente possa pegar essa medalha.”

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