Vereadores aprovam mais de R$ 33 milhões em potencial

A CAP S/A está perto de conseguir, via Agência de Fomento do Paraná, a liberação do empréstimo de R$ 131,1 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para concluir as obras de adequação da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014. Ontem, em sessão extraordinária realizada na Câmara Municipal de Curitiba, 24 dos 31 vereadores que estiveram presentes no plenário aprovaram, em primeiro turno, a alteração na lei municipal 13.620/2010, que aumenta o repasse de créditos de potencial construtivo de R$ 90 milhões para R$ 123,6 milhões, e cujos títulos entram nas garantias para levantar os recursos do BNDES.

Assim, hoje, na votação do segundo turno, que ocorre em nova sessão extraordinária na Câmara Municipal de Curitiba, se houver novamente a aprovação da maioria dos vereadores presentes no plenário, o contrato triparte, assinado pela Prefeitura de Curitiba, pela Agência de Fomento do Paraná e pela CAP S/A estará vigente e o BNDES, enfim, deverá liberar as parcelas dos recursos para as obras no estádio. A primeira já está pré-liberada e será no valor de R$ 26 milhões.

Dos sete vereadores que votaram contra esteve Felipe Braga Cortes (PSDB), que desde o início da discussão mostrou seu descontentamento com a utilização do potencial construtivo para a remodelação da Arena da Baixada. “O momento para a discussão é inoportuno e foi ao apagar das luzes de 2012. Não concordo com a utilização do potencial pelo Atlético, pois são recursos públicos sendo repassados para um estádio privado”, criticou.

Durante a sessão extraordinária, houve intenso debate sobre as informações que integram o relatório repassado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nele, a instituição garante que o orçamento de R$ 184 milhões para viabilizar a remodelação do estádio é viável. Porém, os parlamentares, com o relatório em mãos, não ficaram satisfeitos com as “justificativas” apresentadas. “Eles comentam no relatório que houve dificuldade no fluxo e na troca de informações entre a UFPR e o Atlético. Além disso, a realização foi feita por alunos e eles não puderam se dedicar totalmente nessas análises. A entrega da documentação complementar pedida pela instituição não foi entregue e é perigoso se basear nesse documento para um aumento como esse”, lembrou Braga Cortes.

Outro que votou contra, o vereador Jonny Stica, também criticou o relatório, afirmando que havia muitas informações incompletas. Além disso, ele alertou que o fato de a CAP S/A ter pagado primeiro os serviços prestados pelos parentes do presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, tiraram a credibilidade do projeto. “Pelo que se leu na imprensa, o filho recebeu R$ 11 milhões e o primo R$ 7 milhões dos R$ 30 milhões que o município antecipou para as obras. Como eu posso concordar com isso? Por isso, voto contra”, disse, referindo-se às cadeiras que serão colocadas no estádio, e que pertencem à Kango Brasil, de Mário Celso Keinert Petraglia (filho do dirigente) e do projeto da Carlos Arcos Arquitetura, de Carlos Arcos (primo de Petraglia).