Vencer o União, o único pensamento do Paraná

O Paraná Clube faz a partir de hoje uma “corrida de recuperação” no Paranaense-2003. Com apenas um ponto conquistado em três jogos, o Tricolor está relegado à vice-lanterna da competição, correndo o risco de não chegar entre os oito primeiros nesta fase classificatória. Para não “pagar o mico”, o time de Caio Júnior parte em busca de pontos fora de casa e somente a vitória – às 16 h, frente ao União Bandeirante, em Bandeirantes – aliviará a tensão que corre solta nos corredores da Vila Capanema.

As projeções indicam que para garantir vaga nas quartas-de-final sem maiores problemas, o Paraná terá que vencer quatro dos cinco jogos que ainda tem pela frente (União, Grêmio Maringá, Malutrom, Rio Branco e Portuguesa Londrinense). Caio Júnior preferiu não repassar ao elenco esta carga emocional e trabalhar jogo a jogo. Por isso, o confronto desta tarde no Comendador Meneghel passou a ser “chave” para o futuro do clube neste início de temporada. Novo tropeço poderá jogar por terra todo o planejamento de reestruturação do departamento de futebol, tendo como diretriz o aproveitamento de atletas oriundos das categorias de base.

Caio Júnior admite que uma derrota seria “um desastre” e por isso o trabalho psicológico foi intenso nos últimos dias. O grupo de apoio do Rio Grande do Sul (que já acompanhou o elenco na fase final do brasileirão e no clássico diante do Coritiba) permaneceu em Curitiba e ontem seguiu com a delegação para Cornélio Procópio, local da concetração do Tricolor. Sérgio Linck e Paulo Roberto Machado realizam palestras motivacionais e têm uma avaliação psicológica detalhada de todo o grupo paranista – e de seus adversários.

Este trabalho complementar visa aumentar a confiança dos atletas neste momento decisivo. Dentro de campo, Caio Júnior procurou utilizar o último treinamento – ontem pela manhã – para melhorar o aproveitamento em lances de bola parada e definir alguns ajustes no time. A surpresa foi a confirmação da presença do goleiro Darci como titular. A decisão foi anunciada pelo preparador de goleiros Júlio César Camargo, que fez questão de eximir Neneca de culpa pelos insucessos nas partidas frente a Roma, Francisco Beltrão e Coritiba.

“Tínhamos esta idéia que não foi aplicada anteriormente porque o Darci se recuperava de uma cirurgia na mão direita”, comentou Júlio César. Não será um “rodízio”, mas a comissão técnica pretende dar uma seqüência de jogos para que Darci mostre sua real condição em campo. “A partir destes jogos, definiremos quem será o titular”, ponderou o preparador de goleiros. Caio Júnior também foi obrigado e mexer alterar o meio de campo, pois Fernando Miguel foi vetado pelo departamento médico devido à uma amigdalite. César Romero foi confirmado como volante. As outras novidades são Wiliam e Fernando Lombardi, que substituem Jéferson e Cristiano Ávalos, lesionados.

Neneca vira bode expiatório

O grupo está sob pressão e em meio à esta carga emocional, o goleiro Darci foi confirmado como novo goleiro da equipe. Pior para Neneca, que pode estar dando adeus às possibilidades de ser “o dono da camisa 1” em 2003. Remanescente do grupo vencedor dos anos 90, Neneca teve poucas oportunidades como titular ao longo de sua carreira. Esteve sempre à sombra de Régis e de Marcos.

No ano passado, disputou uma seqüência de jogos na Copa do Brasil e no superparanaense. Porém, bastou Marcos se recuperar plenamente de uma lesão e seu retorno à meta no brasileirão foi “ao natural”. Com a transferência de Marcos para o futebol português, a disputa foi reaberta, agora entre o experiente Neneca e Darci. A comissão técnica sempre manifestou a intenção de testar os dois jogadores, mas os planos tiveram que ser reformulados, pois Darci se submeteu à uma cirurgia corretiva na mão direita e o período de recuperação coincidiu com a pré-temporada do time.

Neneca saiu na frente, mas a seqüência de maus resultados o “derrubou”. Mesmo isentando o goleiro de culpa nas três rodadas iniciais do paranaense-2003, o preparador de goleiros Júlio César Camargo reconhece que a média de dois gols sofridos por jogo é muito alta para um time que pretende lutar pelo título. Darci só foi confirmado ontem pela manhã e encarou a responsabilidade com naturalidade. “Não estou entrando numa fogueira, como podem pensar. É uma chance que está surgindo e que não pretendo desperdiçar”, disse o goleiro de 23 anos, natural de Guaramirim-SC.

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