Vem aí a 11.ª decisão

O primeiro Atletiba da decisão do estadual de 2004 será no próximo sábado, às 16h, no Couto Pereira. Mas a disputa entre Atlético e Coritiba começa hoje, às 16h, em uma reunião na Federação Paranaense de Futebol (FPF). “Vamos começar a acertar os detalhes para os clássicos, como divisão de ingressos”, explicou o diretor da FPF, Almir Zanchi. Este é o décimo primeiro clássico em decisões de campeonato estadual.

Essa divisão promete esquentar o clima nos bastidores. Tudo porque o presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, já avisou que não vai aceitar uma cota de ingresso menor do que 20%, o que, segundo ele, estaria determinado no regulamento . “Se está no regulamento, tem que ser cumprido. Nós fazemos questão”, disse o dirigente, que terá que mandar um representante à reunião, já que viaja cedo para acompanhar a partida entre Olimpia e Coritiba, amanhã, em Assunção. Entretanto, houve um erro de interpretação do dirigente coxa-branca. Sobre a final, como a disputa é em dois jogos, com um mando de cada equipe, está determinado no regulamento que a renda será do mandante, que terá que ceder no mínimo 10% da capacidade total do estádio – e não 20%, como nas fases anteriores.

Outra dúvida levantada ontem à tarde foi sobre a capacidade total da Arena. Nos bastidores, comentava-se que com a instalação das cadeiras em todo o estádio (o processo que deve ser concluído em dez dias), a capacidade do mesmo cairia para 23 mil lugares. Se isso fosse confirmado, o Atlético teria que mandar o segundo jogo da final em outro estádio, já que o artigo 25 do capítulo quatro do regulamento do paranaense pede estádios com capacidade mínima de 25 mil lugares na final. “Na verdade, a Arena terá, com as cadeiras, 25.558 lugares. Logo, estamos dentro da exigência do regulamento”, disse Jorge Piano Vargas.

O jogo de volta será no dia 18 de abril, na Arena da Baixada, a menos que haja um acordo para a antecipação para sábado. Beneficiado pelo regulamento, o Atlético será campeão com dois empates ou dois resultados iguais.

Ingresso vira caso de polícia

A animosidade entre a diretoria do Atlético e a torcida organizada Os Fanáticos ganhou mais um capítulo na tarde de ontem. O clube cortou os ingressos de cortesia (cerca de 150), proibiu a colocação de faixas, chegou a impedir a entrada dos instrumentos da charanga dos torcedores e ainda teve queixa na delegacia alegando ameaças à integridade física dos principais dirigentes rubro-negros. Tudo por causa da cobrança de R$ 30,00 pelo ingresso no campeonato brasileiro e que rendeu novos protestos na partida de ontem.

“A partir do momento em que eles entram na tua casa para ofender o presidente Petraglia (Mário Celso, do conselho deliberativo) e Fleury (João Augusto da Rocha, do conselho gestor) injustamente, com palavras de baixo calão e incitando outras pessoas a irem junto, o conselho deliberativo resolveu que não haverá mais benesse nenhuma para Os Fanáticos”, explica Alberto Maculan, diretor superintendente.

De acordo com ele, as medidas valerão enquanto não houver “diálogo de alto nível” e enquanto a torcida continuar com as hostilidades, como os gritos contra os dirigentes. Além disso, Maculan alega e, inclusive, deu queixa, que o presidente da organizada, Júlio César Sobota, o ameaçou fisicamente. “O presidente da Fanáticos disse que, a partir deste momento, andássemos com olho na nuca porque passa a ser caso pessoal, que nos cuidássemos e que viria retaliação”, revelou.

O dirigente fez um boletim de ocorrência no 1.º Distrito Policial e, hoje, deverá prestar novo depoimento. “Quero deixar claro que, a partir deste momento, qualquer agressão a qualquer membro da diretoria do Atlético é de culpa exclusiva do Fanáticos. Especificadamente, do senhor Julião”, disparou.

Outro lado

O vice-presidente da Fanáticos, Juliano Rodrigues, disse que Maculan tem o direito de dizer o que quer e lutar pelos seus direitos, mas não confirmou as ameaças. “Ele tem o direito de achar o que quiser. Mas, ameaça, como ele está dizendo, não teve”, rebateu. Segundo ele, os dirigentes não cumpriram os acordos que haviam sido acertados, nem mantiveram um diálogo apropriado. “Eles é que não estão mantendo o alto nível. Não estão nem querendo conversar”, diz.

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