O meia Valdivia ficou cinco anos no Palmeiras e, durante todo esse tempo, a mesma facilidade que apresentava ao driblar os adversários também aparecia para entrar em polêmicas. Colocando na balança tudo que fez de positivo e negativo no clube, ele acredita que vai para o Al Wahda tendo muito mais a comemorar do que a lamentar com a camisa do clube. Em uma autoanálise, o chileno acredita que mereça uma nota alta por tudo que fez.

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“Se tirar todas as mentiras que foram criadas sobre o meu respeito e eu assumindo as coisas erradas que fiz no começo, acho que mereço nota oito”, disse o meia, em entrevista exclusiva à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora deixe o clube pela porta dos fundos e em atrito com a diretoria, Valdivia garante que continuará na torcida pelos companheiros de clube e agradece ao apoio que teve de parte da torcida palmeirense. “Eu queria falar tudo isso em uma coletiva, mas o clube não me autorizou, pelo menos até agora. Fico triste porque não foi dita a verdade de tudo que aconteceu. A torcida gosta de mim e pode saber que aqui tem um palmeirense de verdade. Desejo de coração que o Palmeiras seja campeão brasileiro e mesmo de longe, estarei acompanhando, pois é um clube que aprendi a amar”, disse.

Ele garante que exatamente por ter respeito ao Palmeiras não continuará no futebol brasileiro. Segundo Valdivia, três clubes tentaram levá-lo nos últimos meses. “Flamengo, Cruzeiro e tivemos uma proximidade com o Fluminense. O Alexandre Mattos (diretor de futebol) sabia que eu tinha conversado com o pessoal do Cruzeiro, tanto que antes mesmo de eu falar qualquer coisa, ele já avisou o Cruzeiro que aceitaria me liberar. Era só eu pedir para ir embora”, explicou.

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Mesmo ciente de que teria poucas chances de continuar no Palmeiras, Valdivia decidiu não pedir para ir embora. “Ouvi as propostas, porque o meu time de coração não mostrava esforço algum para ficar comigo, mas jamais jogaria em outro clube no Brasil. Eu ganharia o ódio dos que ainda gostam de mim e os que me odeiam, teriam mais motivos para me xingar”, comparou.

O chileno não espera por um jogo de despedida. “Chegamos a falar do assunto. O Cícero (Souza, gerente de futebol) falou sobre isso. Seria um jogo qualquer do Brasileiro mesmo, mas eu senti que a condição seria que eu ficasse quieto e não falasse tudo que estou falando. Você gosta, se despede da torcida e vai embora quieto. Pode ser imaginação minha, mas a forma com que ele falou me passou essa impressão.”

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De malas prontas para o futebol árabe, o meia garante que deixa amigos no atual elenco do Palmeiras. “O Lucas falou recentemente que gosta de mim e que torcia para eu ficar. O Rafael Marques também falou. Me dou bem com todo mundo. Claro que sempre vai ter uns otários falando que sou ruim de elenco, mas pode perguntar para qualquer um. A molecada da base me adora. O João Pedro e o Nathan me amam”, assegurou o jogador, que ficará até o dia 17 treinando separado do grupo.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Palmeiras para ouvir os dirigentes, mas o clube, pelo menos por enquanto, não deve se manifestar sobre as declarações do jogador.