Preocupado com os protestos contra a Copa no Brasil, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, cogitou nesta quarta-feira mudar o processo de escolha das sedes dos Mundiais. O dirigente revelou planos de cobrar dos países candidatos uma aprovação formal da população, através do Congresso ou de um referendo.

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“Uma das lições que poderíamos aprender seria acrescentar no documento de candidatura a votação da maior autoridade do País. Talvez o governo deveria ter procurado o Congresso. Não precisaria ser unânime, mas a maioria do Congresso apoiando a candidatura”, disse o secretário-geral, fazendo menção à Suíça, onde um referendo popular vetou a realização da Olimpíada de Inverno em 2022. A candidatura acabou sendo cancelada.

A mudança no sistema teria início somente no processo de escolha do Mundial de 2026. Antes, Fifa coordenará a realização da Copa no Brasil, no próximo ano, na Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022. O secretário-geral, contudo, deixou claro que ainda se trata de uma proposta inicial. Ele ainda não levou o projeto de mudança para avaliação do Comitê Executivo da Fifa.

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Com esta proposta, a entidade poderia evitar no futuro o constrangimento e até o risco que sofreu no Brasil durante a Copa das Confederações. A competição, preparatória para o Mundial, foi marcada por protestos em diferentes cidades-sedes do País em junho. Muitos manifestantes se mostraram contra a realização da Copa no Brasil. Pediram o direcionamento dos investimentos do governo para outras áreas, como saúde e educação.

Em algumas sedes, a polícia precisou intervir para que manifestantes não invadissem os estádios que receberiam as partidas da Copa das Confederações. Em Salvador, carros que serviam à Fifa foram apedrejados. Até a fachada do hotel que hospedou integrantes da entidade foi atingida pelos manifestantes.

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