Vadão obrigado a refazer nova equipe

O técnico Osvaldo Alvarez está praticamente recomeçando seu trabalho no comando do Atlético. Após conseguir acertar a equipe do meia para a frente e dar um padrão tático a seus jogadores, o treinador perdeu seu “quadrado mágico” e tem a difícil missão de reconstruir a linha de frente do time justamente no clássico contra o arquirrival. Para tentar recompor o sistema ofensivo, Vadão irá testar várias alternativas e ainda pode mudar do 4-4-2 para o 3-5-2.

“Nós vamos fazer algumas experiências, não tem como, são muitos desfalques, muitos jogadores. Temos vários problemas e vamos treinar durante a semana”, diz Vadão. E não é só isso. As características da equipe devem mudar bastante sem a presença dos meias Kléberson e Adriano e dos atacante Ilan (estes três servindo à seleção brasileira) e Dagoberto (suspenso pelo terceiro cartão amarelo). “O Ilan já ficou fora desse jogo (domingo passado, contra a Ponte Preta) e já mudou a característica contra a entrada do Selmir, que é um jogador diferente. Então, vai ter mudanças e mudanças grandes, por que é inevitável”, diz. Agora, depois de encontrar os substitutos ideais para quem saiu, Vadão terá que trabalhar dobrado para entrosar os novos “titulares”. “Nós demoramos para entrosar. Quando eu cheguei aqui, a equipe tinha uma dificuldade muito grande para fazer gol”, analisa. Ele cita o exemplo da partida contra o Roma, onde o ataque criou várias oportunidades e só marcou um gol.

Definindo quem entra e passando a confiança necessária, restará ao treinador apenas tentar conseguir o melhor entrosamento nos dois períodos que restam para o clássico. “Os jogadores estavam com uma falta de confiança muito grande e aos poucos a gente foi mudando e a equipe começou a render”.

Time

Em relação aos jogadores que podem formar a equipe, o mistério continua. Oficialmente, o zagueiro Rogério Correia não treinou ontem e é dúvida, apesar de o jogador garantir que estará na partida. Como o treino foi fechado à imprensa, quando os repórteres foram autorizados a entrar no CT do Caju só restavam a comissão técnica, o goleiro Diego e o lateral Alessandro no gramado do campo 3. Para a meia-cancha e ataque, a tendência é que o quadrado atleticano seja formado por Rodriguinho, Jádson, Selmir e Ricardinho.

Alessandro firma “trégua” com a torcida organizada

Rodrigo Sell

O clássico de sábado deverá marcar a reconciliação definitiva entre a torcida organizada Os Fanáticos e o lateral-direito Alessandro. Após as duas partes (e também outros jogadores) terem se estranhado em Florianópolis na derrota do Atlético para o Figueirense, no campeonato brasileiro do ano passado, o cachimbo da paz está prestes a ser fumado. Seria uma força a mais para o Rubro-Negro, que entrará em campo sem quatro de seus principais jogadores e precisa mais do que nunca do apoio dos torcedores para superar o arquirrival sem quatro de seus principais jogadores.

O elo de ligação entre Fanáticos e Alessandro está sendo o técnico Osvaldo Alvarez. O treinador atleticano tem se reunido com segmentos organizados da torcida e ouviu a reclamação sobre o comportamento do lateral atleticano. Apesar de Alessandro já ter pedido desculpas publicamente ainda havia algum resquício de ressentimento entre os torcedores que o comandante do Furacão quer ajudar a contornar de uma vez por todas.

“Eu sei que errei, mas quando você erra tem que admitir e consertar o que errou. Foi um aprendizado”, disse. Para ele, todo o episódio (a torcida gritou palavras de ordem contra a permanência dele e Alessandro devolveu a provocação com gestos obscenos) já foi superado. “A torcida sempre me apoiou. Eu peço desculpas mais uma vez. Foi um momento de nervosismo”, revelou.

Apesar das palavras do lateral, o vice-presidente da organizada, Juliano Suke, mantém um pé atrás. “Por enquanto eu não gostaria de falar sobre o assunto”, pediu. Ele nem quis comentar se eles irão gritar o nome do atleticano antes da partida. “Só vai saber quem estiver lá”, desconversou. Mesmo assim, Alessandro já se prontificou até a ajudar os torcedores atleticanos. “Vou ajudar de coração, por mim mesmo e não fazendo para pedir algo em troca, nem para que eles parem de me xingar”, disse.

Ele não quis entrar em detalhes a respeito de qual tipo de ajuda, mas alguns jogadores do clube e até a comissão técnica podem apoiar financeiramente a organizada ou indicar patrocinadores para os projetos da Fanáticos.

Petraglia nega vinda de Souza e Zé Elias

O presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, desmentiu veementemente, ontem à noite, a informação de que o Atlético estaria contratando Zé Elias e Souza para o restante do campeonato brasileiro. Zé Elias está no Olimpiakus da Grécia e Souza – campeão brasileiro pelo Rubro-Negro em 2001 – na Rússia.

“Se daqui a 15 dias um desses jogadores vier para o Atlético pode me chamar de mentiroso no jornal” disse Petraglia à Tribuna. Segundo ele, a notícia seria criação “do lado de lá”. Perguntado se o outro lado seria o adversário de sábado, o presidente emendou: “pode ser ou podem ser também meus opositores no Atlético”.

Petraglia lembrou que o clube está bem definido na política de valorização dos pratas da casa e que não seria por causa de três convocações para a seleção brasileira que mudaria o rumo. Ele também desconversou sobre o fato de que a contratação de Souza e Zé Elias estaria ligada à venda de Kléberson. “Não tem fundamento nenhum, posso garantir”.

Voltar ao topo