Vadão acha que pode repetir a receita de 99

A nova era Osvaldo Alvarez (Vadão) no Atlético começa efetivamente hoje no CT do Caju. E começa com um dia cheio. Pela manhã, ele põe a “mão na massa” e faz um treinamento com os jogadores. À tarde, tem viagem para Belém onde o time enfrenta a Tuna Luso, pela Copa do Brasil. Contratado na sexta-feira, ele assistiu o time jogar contra a Portuguesa Londrinense no Norte do Estado e já tem uma idéia do que tem para enfrentar a competição nacional e o campeonato paranaense.

“Eu acompanhei o time no brasileiro do ano passado e sei do potencial dos jogadores que ficaram. Além disso, acredito no bom trabalho que é feito nas categorias de base do clube”, diz em relação ao elenco. Mesmo assim, contratações não estão descartadas. “Vamos dar uma olhada e ver quais são as necessidades, mas, mesmo assim, o potencial do Atlético sempre é bom”, analisa.

Como a direção não tem condições, no momento, de fazer grandes investimentos, Vadão terá pela frente uma missão parecida com a qual se defrontou quando chegou ao clube em 1999. Ele transformou jogadores pouco conhecidos em atletas imprescindíveis e que geraram grande receita para os cofres do clube (Lucas, Adriano, Kléber, Gustavo, entre outros). “Eu não cheguei a lançar o Kléberson, mas foi comigo que ele começou a se firmar e, inclusive, disputou a final do estadual como lateral-direito.”

Time

Agora, com grupo amplamente reformulado, Vadão terá que montar o time para enfrentar a Tuna Luso, na estréia da Copa do Brasil. Com exceção do volante Douglas Silva, ele terá à disposição todo o elenco, inclusive o goleiro Diego (expulso pelo estadual) e Kléberson (após ter casado na sexta-feira). No entanto, a boa atuação de Cléber pode lhe valer a condição de titular. Já o pentacampeão terá presença garantida.

A tendência é de que o esquema 3-5-2 seja mantido. “Eu já trabalhei assim no carrossel (caipira, usado no Mogi-Mirim), fui campeão no São Paulo assim, mas também posso mudar e usar o 4-4-2”, pondera. Com isso, o time deve ter Diego (Cléber); Ígor, Daniel e Rogério Correia; Alessandro, Cocito, Kléberson, Adriano e Jean (Fabrício); Ilan e Dagoberto. A viagem para o Norte do País está prevista para às 16h, no Aeroporto Afonso Pena.

Gol serviu para compensar o sono

O técnico Osvaldo Alvarez, do Atlético, terá muito trabalho para acertar a equipe no restante do campeonato paranaense. Sábado, em uma partida sonolenta, o Rubro-Negro jogou apenas para o gasto e venceu a Portuguesa Londrinense por 1 a 0. Com o resultado, o time está muito próximo de conquistar uma vaga para a próxima fase da competição. O próximo compromisso do clube será na quarta-feira, contra a Tuna Luso, pela Copa do Brasil.

Animado com a mudança de treinador e a volta ao sistema 3-5-2, o Atlético prometia apagar o vexame diante do Grêmio Maringá e voltar a embalar no estadual. Ficou só na promessa. Num estádio com grama alta e num calor escaldante, o time puxou o freio de mão e jogou apenas no piloto automático. Burocraticamente, a equipe foi levando a partida do jeito que dava e o resultado não poderia ter sido outro.

Não fosse o esforço de alguns atletas como Cocito, Adriano, Fabrício e William e a vaca poderia ter ido até para o brejo. Nunca na história dos confrontos entre os dois clubes, o Atlético sofreu um gol da Portuguesa. É bem verdade que a Lusinha chegou pouco, mas o Furacão parecia mais uma brisa. O sonolento Ilan voltou a decepcionar. Perdeu gol de dentro da área e para completar conseguiu desperdiçar um pênalti. Se não bastasse, o goleiro Diego saiu afoito da área no final do primeiro tempo e pôs a mão na bola. Incontinente, o árbitro expulsou o arqueiro atleticano.

O segundo tempo continuou do mesmo jeito. Uma soneira só, apesar de Adão Pereira tentar colocar o time no ataque. Ele mudou, mas a qualidade de seu elenco era muito ruim. Mesmo assim, quem levou a melhor foi o Atlético. O atacante Ilan despertou e fez uma jogada de craque para decretar o placar do jogo. Após enfileirar seis jogadores adversários, passou pelo goleiro e chutou para a rede. Foi a exceção à regra. Logo após, o jogador pediu para sair.

O gol deu um ânimo a mais ao time que buscou mais o gol. Após um cruzamento de Fabrício, Dagoberto cabeceou uma bola na trave. Mas, com um a menos e ainda sofrendo com o gramado e a temperatura, o Atlético tratou de administrar o marcador e levar a partida até o final.

Troca

O goleiro Diego classificou como acertada a sua decisão de colocar a mão na bola fora da área. “Eu troquei um gol pela expulsão. Foi uma decisão minha. Eu pensei na equipe e a resposta veio agora no final”, explicou. Já o atacante Dagoberto respirou aliviado com a vitória. “Nós estamos fazendo o nosso papel, não é o melhor futebol do mundo, mas todo mundo está mostrando vontade”, finalizou.

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