Fernando reconhece: “Jogo estava nossas mãos.

Quem não gostaria de ter uma segunda-feira livre de trabalho, de descanso e tempo para a família?

E não seria bom um período de quatorze dias de “parada” e preparação para retomar seu trabalho? É, mas os jogadores do Coritiba não pensam assim. Se pudessem, estariam hoje em campo, prontos para enfrentar e vencer o adversário que fosse -desde que isso ajudasse a esquecer a incrível derrota para o Fluminense no sábado.

Como isso não é possível, eles tentam arrumar um jeito de não pensar no que aconteceu no Rio de Janeiro. “A gente ainda não entendeu”, confessa o meia Jackson. “Nós tínhamos o controle do jogo e perdemos”, tenta resumir. “A única coisa que nos consola é que jogamos bem, dominamos a partida e acabamos falhando apenas no final”, completa o camisa 10 do Cori.

Se consola uns, o fato de ser melhor que o Fluminense é mais cruel ainda para outros. “Se a gente avaliar isso, e olharmos a seqüência de resultados, vai ser pior. A combinação de resultados está ajudando, mas ajudaria mais se vencêssemos”, reconhece o goleiro Fernando. “Perdemos uma partida que estava em nossas mãos. Depois que tomamos o segundo gol, parece que entramos em curto-circuito. Agora temos que recuperar isso o mais rápido possível”, afirma.

Até porque o Internacional e o São Caetano só estão atrás do Coritiba na classificação porque têm vitórias a menos. Nos pontos, eles também chegaram aos 68, e todos ficaram a três pontos do São Paulo, que perdeu do Atlético no domingo. “Ainda dependemos dos nossos próprios esforços. Por isso temos que olhar para os nossos problemas e corrigi-los de uma vez”, resume o capitão Reginaldo Nascimento. “Temos que tentar esquecer isso de uma vez. São duas semanas sem jogos e não vamos ficar remoendo isso todo dia”, pede Jackson.

Reginaldo era, na chegada da delegação coxa a Curitiba, no domingo, um dos mais abatidos. Por estar no clube há sete anos, e saber o quanto vale para o Cori chegar na Libertadores, ele deu fortes declarações no sábado, e as reitera. “Se a gente quer chegar ao nosso objetivo, não podemos deixar de ganhar uma partida nos cinco minutos finais. Não tem culpado, todo mundo errou, e vamos atrás de nossas falhas porque não podemos entregar essa classificação agora. Estamos em um momento do campeonato onde não dá para aceitar esse tipo de tropeço”, afirma o volante.

Para buscar maior unidade, a diretoria alviverde confirmou o ?retiro? em Foz do Iguaçu. Em resumo, é uma inter-temporada de uma semana, que servirá mais para buscar a mobilização (antes que ela desapareça) que para alguma revolução tática que Paulo Bonamigo não pretende fazer. “Se formos para lá, vamos juntar ainda mais a rapaziada, e fechar o grupo no desejo de conquistar uma vaga na Libertadores. Vamos acabar com a pressão e com ansiedade, que estão atrapalhando, e alcançar nosso objetivo”, finaliza Nascimento.

Combinações ajudam na luta pela vaga

Bendito o cidadão que fez a tabela do campeonato brasileiro. Graças a ele, o Coritiba tem mais chances de chegar à Copa Libertadores que seus rivais diretos Internacional e São Caetano (os três estão empatados com 68 pontos). Na teoria, o caminho alviverde nas quatro últimas rodadas é mais simples, enquanto os adversários tem vários confrontos diretos ou jogos de “vida ou morte” contra os que lutam contra o rebaixamento.

Contando que Atlético-MG e Goiás ainda têm chances matemáticas de chegar à Libertadores (mesmo caso do Paraná), as últimas rodadas do Brasileiro reservam vários desafios diretos aos postulantes à Libertadores: São Caetano x Goiás (23/11), Goiás x Santos, Juventude x Atlético-MG (30/11), Internacional x São Paulo, Juventude x São Caetano (7/12), e Atlético-MG x Goiás e São Caetano x Inter (14/12).

Enquanto isso, o Coritiba enfrenta a desesperada Ponte Preta no Alto da Glória (22/11), o desestimulado Vitória (30/11), o ascendente Fortaleza (7/12) e o desmotivado Criciúma (14/12). São jogos, em tese, mais simples que os dos rivais, e que dão ao Coxa 76% de possibilidades de chegar à Libertadores, segundo conta do matemático gaúcho Tristão Garcia. Para os estatísticos da USP, que administram o sítio Chance de Gol, as chances são de 78,6%.

Isso porque, das inúmeras combinações que podem acontecer nos jogos dos adversários alviverdes, a grande maioria é favorável ao Coritiba. Desde que, é claro, o Coxa consiga fazer a sua parte. Vem daí a conta de que com duas vitórias (chegando aos 74 pontos), o Cori conquista uma vaga para o mais importante torneio interclubes do continente. Para isso, bastariam os jogos dentro de casa, contra Ponte e Criciúma. Caso contrário, o risco é depender de resultados combinados na última rodada, justamente quando Inter e São Caetano se enfrentam e podem até jogar por um empate, que levaria ambos para a Libertadores.

Contra, pesa o fato do Coxa estar em um mau momento. Nos últimos cinco jogos, foram quatro derrotas – três delas para adversários diretos (São Caetano, Santos e São Paulo). O fracasso no Rio de Janeiro abateu bastante o elenco, que retorna hoje às atividades sabendo que precisa fazer o que não fez nas últimas rodadas. “Nós ainda dependemos dos nossos esforços para chegar na Libertadores. E temos que ter isso sempre em mente”, resume o meia Jackson.

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