Uma decepção no Pinheirão. Parecia goleada e virou dor

Curitiba nunca faltou com a seleção brasileira. Mas a seleção decepcionou a capital paranaense. Jogando apenas um tempo, o Brasil empatou com o Uruguai em 3×3, ontem, no Pinheirão.

Com o resultado, o time de Carlos Alberto Parreira parou nos oito pontos nas Eliminatórias da Copa do Mundo 2006, e deixou os dezessete mil torcedores ainda mais irritados em terem pago sessenta reais ou mais para ver o jogo do estádio.

O Pinheirão não estava lotado, mas o clima era o característico de jogos da seleção. O talento era sempre uma esperança. Aos 14, Kaká e Ronaldo fizeram ótima tabela, e o Fenômeno obrigou Munúa a se esticar para defender – no rebote, o centroavante acertou a trave. As boas jogadas do trio ofensivo brasileiro assustaram os visitantes, que cessaram suas estocadas.

E foi com os três que o Brasil abriu o placar. Aos 19 minutos, Gilberto Silva roubou a bola de Abeijón, e Rivaldo arrancou. Dele para Ronaldo, que cruzou – Rivaldo passou do lance, e Kaká tocou com a coxa para fazer o primeiro gol. E aos 28 minutos, finalmente veio o 50´ gol de Ronaldo pela seleção brasileira, com a marca registrada do Fenômeno. Ele recebeu precioso lançamento de Zé Roberto, tocou com o peito para passar pelo goleiro e apenas empurrou para a rede, levando o Pinheirão ao delírio.

A atração do segundo tempo seria Recoba, que entrou no lugar de Romero – Carrasco abdicou da defesa para tentar empatar o jogo. E a entrada do “Chino” fez os uruguaios melhorarem. O titular da Inter de Milão criou novas jogadas ofensivas – e aos doze minutos Forlán apareceu livre para vencer Dida e marcar o primeiro gol dos visitantes.

A torcida voltou a se irritar com as bobeadas de Lúcio e Roque Júnior, e passou a pedir Alex. Voltavam todos os fantasmas: a falta de mobilidade de Ronaldo, a dificuldade em marcar os avantes adversários e a teimosia de Carlos Alberto Parreira.

Alex finalmente entrou, mas Parreira não deixou seu estilo de lado – como fez sempre, tirou Kaká. E o treinador recebeu os primeiros gritos de “burro” do novo Pinheirão. Em outra bobeada da defesa o Uruguai empatou: Recoba cruzou, Nuñez tocou para o meio da área e Forlán, livre, apenas escorou. E a virada veio logo depois, com um inacreditável gol contra de Gilberto Silva. O volante cabeceou para trás e Dida estava fora do lance, deixando o estádio pasmo.

Restava apenas o desespero. Ronaldo e Luís Fabiano perderam ótimas chances, e Júnior acertou a trave de Munúa. E, para variar, foi o Fenômeno quem salvou a pátria. Aos 41, ele recebeu de Zé Roberto e com um forte chute empatou o jogo. E o sonho da vitória parou nas mãos de Munúa, que defendeu falta de Juninho Pernambucano. As vaias do final do jogo apenas serviram para expressar a decepção dos torcedores que foram ao Pinheirão, de todo o País e mesmo do presidente Lula.

ELMININATÓRIAS DA COPA 2006
Súmula
Local: Pinheirão
Árbitro: Horacio Elizondo (ARG)
Assistentes: Rodolfo Otera (ARG) e Alberto Juan Barriento (ARG)
Gols: Kaká 19 e Ronaldo 28 do 1°; Forlán 12 e 30, Gilberto Silva (contra) 32 e Ronaldo 41 do 2°
Cartões amarelos: Abeijón (URU)
Renda: R$ 1.603.655,00
Público: 23.464 (17.652 pagantes)

BRASIL
3X3
URUGUAI

Brasil
Dida; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Júnior; Gilberto Silva, Renato (Juninho Pernambucano), Zé Roberto e Kaká (Alex); Ronaldo e Rivaldo (Luís Fabiano). Técnico: Carlos Alberto Parreira

Uruguai
Munúa; Romero (Recoba), Bizera, López e Lago; Abeijón (Nuñez), Sosa e Ligüera; Hornos (Chevantón), Zalayeta e Forlán. Técnico: Juan Ramón Carrasco

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