Um “pepino” para o Japão

Oito meses depois da Copa, o governo japonês enfrenta um sério problema: o que fazer com os estádios construídos para sediar jogos do Mundial e que agora somente dão prejuízos. No total, o Japão gastou quase US$ 8 bilhões para construir sete estádios e reformar outros três. Hoje, porém, não consegue sequer pagar por sua manutenção.

Diante da crise econômica que afeta o país e com o campeonato de futebol atraindo em média 10 mil torcedores por jogo, as prefeituras das cidades que foram sedes da Copa tentam encontrar soluções para evitar ter que sustentar sozinhas os “elefantes brancos”.

O problema, porém, é que esses estádios foram projetados apenas para futebol, esporte que é superado em popularidade pelo beisebol e o sumô. Novas reformas, portanto, teriam que ser feitas nos estádios para que pudessem promover outros eventos. Kobe, por exemplo, gastou US$ 193 milhões em seu novo estádio. Mas sua arrecadação é de apenas US$ 5 milhões por ano.

O time local, o Vissel Kobe, realizará apenas 20 partidas neste ano no estádio e mesmo se o local estiver lotado em todas as ocasiões, o valor dos ingressos não conseguirá pagar pela manutenção da construção. Em Yokohama, onde foi disputada a final da Copa, apenas um quinto do estádio é preenchido pelos torcedores do Marinos, time oficial da cidade. Em Saitama o estádio tem capacidade para 67 mil pessoas (é o 2.º maior da Ásia). O problema, mais uma vez, é a média de publico do time local: não chega a 10 mil por jogo.

Já em Sendai, o estádio está às moscas. O único evento programado é uma feira de 20 dias em março. Além do evento, apenas uma banda de rock usou o estádio após a Copa. Nem mesmo o time da cidade quer trocar seu estádio pelo novo, temendo a diminuição no número de pagantes por partida.

Temendo pela falência, a prefeitura inovou: promove casamentos nas dependências do estádio.

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