Um paranaense na história dos jogos Pan-Americanos

Uma família paranaense está especialmente orgulhosa do Brasil nos jogos Pan-Americanos. São os descendentes do advogado e designer nas horas vagas – Arnold Raschendorfer do Amaral Filho, o criador do símbolo adotado oficialmente pela Organização Desportiva Pan-americana (Odepa) para os jogos desde 1955.

A tocha envolta nos círculos coloridos foi inscrita pelo curitibano sem maiores pretensões no concurso instituído pelo Comitê Olímpico Mexicano para a segunda edição dos jogos. Acabou permanecendo como o emblema do pan, marcando todas as competições realizadas a partir de então.

O sobrinho Paulo Loyola conta que ninguém sabe dizer exatamente no que Amaral Filho se inspirou para a criação, mas, provavelmente, tem a ver com a união que o esporte promove, sem medir fronteiras. ?Ele uniu as cores das bandeiras dos países e criou os círculos coroando a pira olímpica?, explica. Na época em que participou do concurso, em 1952, o paranaense, à época com 27 anos, costumava desenhar amadoramente para concursos de selos. ?Assim como os selos, ele fez o desenho do símbolo dos jogos com bico de pena. A pintura era tida por ele como hobby?, conta o sobrinho.

Loyola acredita que o tio tenha recebido com surpresa a notícia da eleição de sua criação. ?Isso deve tê-lo deixado orgulhoso, assim como nos deixa hoje. Dá muita alegria saber que algo feito por ele ficou eternizado?, diz. Na época, o prêmio concedido ao designer à única criação dele com significado esportivo foi um montante em dinheiro, no valor de US$ 500, um certificado e uma medalha de ouro, guardada carinhosamente pelos herdeiros até hoje.

Agora, o presente da família é ver figurando a marca na bandeira oficial dos jogos, principalmente nesta edição, em solo brasileiro. A primeira vez que a Odepa estampou o emblema no Brasil, nos pan-americanos de São Paulo, em 1963, coincidiu com uma triste data: o ano da morte de Amaral Filho. Aos 38 anos, ele partia, mas deixava a expressão de sua criatividade e paixão pela arte como lembranças, símbolo do maior evento esportivo das Américas.

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