Um “novo” Roberto Brum no dia-a-dia do Coritiba

Onde está o Roberto Brum? Apenas os mais atentos perceberam a presença do “Senador” nos últimos treinos do Coritiba.

Por sinal, o jogador não anda mais fazendo jus ao apelido – que não gosta muito, mas que tornou-se quase um sinônimo. Mais calado e compenetrado, o volante mudou sua atitude, surpreendendo aos que se acostumaram ao seu jeito animado, às vezes falastrão, que fazia a festa dos repórteres. Mas o que mudou, o mundo ou Roberto Brum?

“Tudo muda, e eu mudei também”, avisa o jogador. “Eu assumi uma nova postura depois de perceber várias coisas que aconteceram, e que me fizeram ver que há coisas muito importantes à minha volta. Hoje sou um homem mais feliz com meu trabalho, minha família e meus amigos”, comenta o “Senador”, voltando rapidamente ao seu ?habitual?.

Mesmo assim, não parece ser aquele jogador que chegou dizendo que seria um “guerreiro” do Coxa, que bateu de frente com os técnicos Paulo Bonamigo e Antônio Lopes, que dava opiniões sobre reforços e até mesmo na política interna do clube. “Agora eu fico na minha. Cada pessoa tem que ter consciência de sua responsabilidade”, explica Roberto Brum.

A atitude vem ao encontro de seu melhor momento no Coritiba. Apesar de ser um dos ídolos da torcida desde que chegou ao clube, em 2002, Roberto Brum sempre foi questionado – tanto que quase perdeu a posição de titular ano passado, fato que aconteceu este ano. Brum irritou-se com a situação, entrou em sério atrito com Antônio Lopes e foi afastado do elenco por dois meses.

Depois que voltou, no início de junho, o volante preferiu lutar pela posição jogando. “O futebol tem uma verdade, e ela acontece dentro de campo. O que tenho que fazer é mostrar meu futebol e ajudar o Coritiba, pois sei que isso será valorizado. O professor Lopes respeita a todos, e escala quem está melhor”, afirma Brum, em um arroubo impensável há tempos atrás.

Talvez por isso – e também por seu crescimento técnico e tático -, o volante voltou ao time e será uma das novidades da equipe amanhã, às 20h30, contra o Criciúma, no Couto Pereira. “Dentro de campo eu não mudei. Continuo dando tudo pelo Coritiba, e fazendo a minha parte para conseguirmos a vitória”, avisa Roberto Brum. Se dentro de campo nada mudou, fora dele, quanta diferença.

Adriano, fora de forma, pode sair do time

O técnico Antônio Lopes não gostou muito do que viu no coletivo de ontem, realizado no Couto Pereira. Ele está preocupado principalmente com o setor defensivo, e com a marcação aos principais jogadores do Criciúma, adversário de amanhã. Por isso, ele mantém o mistério sobre a escalação, podendo inclusive tirar um dos “intocáveis”.

Adriano não rendeu desde que voltou da seleção brasileira, e acabou tendo uma atuação fraca contra o Goiás. No treino de ontem, Lopes sacou-o e escalou Ricardo, muito elogiado. “Ele está em uma fase muito boa. Só saiu porque se lesionou, e agora está recuperado”, justifica o treinador alviverde.

Outra dúvida está no meio-de-campo. Márcio Egídio acabou mesmo sendo o principal desfalque do time. Ele realizou ontem exame de ressonância magnética, e foi constatada uma contratura muscular na coxa direita, que o tira dos treinos por uma semana. Dois jogadores disputam a posição aberta: Pepo e Juninho. “Quem estiver melhor vai jogar”, avisa Lopes.

Outros dois jogadores que preocupavam eram Tuta e Flávio. O centroavante e o zagueiro reclamavam de dores musculares, e o coletivo acabou sendo o teste para a participação de ambos na partida – Tuta como titular, Flávio entre os reservas. Outro “aprovado” foi Roberto Brum, que ainda precisava ser avaliado em um teste de campo.

Durante o trabalho, Antônio Lopes reclamou muito dos zagueiros – Alexandre foi o principal alvo das críticas. O jogador deve ser o responsável pelo acompanhamento do atacante catarinense Marcos Denner, um dos mais citados pelo Delegado nas conversas com a comissão técnica. O outro é Fernandinho, ex-armador do Paraná e destaque do Tigre nas vitórias sobre Atlético e o próprio Tricolor.

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