Um Furacão para ficar na história do Paranaense

O Atlético já possui o seu melhor início de campeonato estadual da década e se conquistar mais uma vitória amanhã, diante da Portuguesa, em Cambé, vai entrar para a história. O aproveitamento de 100% nas seis primeiras partidas do Paranaense iguala-se à campanha de 1996 (ver quadro), quando a competição teve uma fórmula pouco inteligente de disputa, composta por diversos grupos e que, ao final, os vencedores dos dois quadrangulares decidiram o título. Apesar do ótimo começo de campanha e acumulando apenas três derrotas em todo o torneio, naquele ano, o Rubro-Negro não conseguiu classificar-se para a finalíssima e assistiu os seus dois rivais disputarem o caneco. Melhor para o Paraná Clube que sagrou-se tetracampeão estadual.

Em 1996, o Furacão venceu as seis primeiras partidas, inclusive os dois clássicos contra Coritiba e Paraná e, na 7.ª rodada empatou sem gols com o Francisco Beltrão. Traçando um paralelo, caso o atual time, comandado por Ney Franco, consiga mais um êxito, contra o último colocado do Estadual, quebrará mais um tabu.

Furacão

A última vez que o esquadrão vermelho e preto conseguiu tal façanha (7 vitórias em 7 rodadas) foi há mais de 50 anos, quando em 1949 o Atlético assombrou o Estado com performances irretocáveis. Em 12 jogos, somados turno e returno, o Rubro-Negro obteve onze vitórias e apenas uma derrota, exatamente no jogo de encerramento do campeonato contra o Ferroviário. Em 1949, devido à irrepreensível campanha do time no campeonato estadual, surgiu o apelido de Furacão, dado pelo imprensa, e que atualmente é uma das marcas do clube e nome pelo qual o Atlético é conhecido em todo o país.

Diferença

Apesar das campanhas exibidas em 1949 e 2008 começarem a se igualar em termos de percentuais de aproveitamento, ainda não dá para comparar a qualidade técnica dos dois times. O Furacão de 49 marcou época no Atlético, principalmente devido aos resultados obtidos e por arrasar seus adversários em campo. Em 10 das 11 vitórias conseguiu balançar a rede dos oponentes por quatro vezes, no mínimo. Além disso, contava com jogadores altamente técnicos e que até hoje permanecem na lista dos maiores goleadores do Rubro-Negro em toda a sua história. Casos de Jackson e Cireno, conforme lembrou o professor Heriberto Machado, historiador de futebol.

Outro detalhe importante que deve ser levado em conta pelos mais entusiastas é que o time atual é praticamente o mesmo do ano passado e que, na competição nacional, teve uma apresentação mediana.

Mas se em começo de temporada o time comandado por Ney Franco já alcança níveis ótimos de aproveitamento, no decorrer da competição, com mais treinamentos e ganho de conjunto, poderá render mais e, quem sabe, entrar definitivamente para a história do clube.

Chegada de Ney Franco arrumou time

Foto: Arquivo

Técnico fez questão de manter a base do ano passado.

Um dos maiores responsáveis por essa boa campanha do Atlético no Estadual chama-se Ney Franco. O treinador foi contratado no final de agosto do ano passado para tirar o limitado time rubro-negro da zona de rebaixamento e tentar buscar classificação à Copa Sul-Americana. Conquistou a vaga e desde que implantou sua metodologia de trabalho não sabe o que é perder dentro da Arena da Baixada, revivendo a velha tradição de invencibilidade do Caldeirão. Além disso, impôs o esquema tático com três zagueiros e acertou o sistema defensivo do time, constantemente criticado.

A bela campanha no Campeonato Paranaense também tem a mão do técnico, pois no final de 2007 ele anunciou que queria manter o máximo de jogadores para que tivesse uma boa base para trabalhar em 2008. A diretoria manteve quase 90% do elenco e pôs à disposição de Ney Franco. O resultado está sendo visto já no estadual.

Também partiu do técnico a mentalidade de vencer a competição regional, que nos anos anteriores havia sido deixada de lado pela direção do Atlético. Franco acredita que a cada conquista o grupo de jogadores ganha moral para partir em busca de objetivos maiores. Com essa filosofia, ele espera vencer, ao menos, dois dos quatro campeonatos que o Atlético disputará neste ano (Paranaense, Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileirão).

Mesmo com 100% de aproveitamento no Estadual, Franco admite que o time ainda tem muito a melhorar com a seqüência de jogos e treinamentos. Idéia que é compartilhada pelos jogadores.

Técnico da nova geração e com boa aceitação no mercado nacional, caso consiga alcançar títulos expressivos no Atlético, Ney Franco também poderá entrar para a história do clube assim como o time que comanda.

Lanterna, Lusinha tem Caniggia e Ferrari

Última colocada no Estadual, a Portuguesa terá uma parada indigesta pela frente. Às 17h de amanhã enfrenta em seu estádio o líder Atlético, com 100% de aproveitamento. A Lusa vem de um bom resultado, já que empatou fora de casa com o Real Brasil (2 a 2), no estádio do Xingu, em São José dos Pinhais.

A esperança de gols da Portuguesa repousa nos pés de Igor, que já marcou três tentos em fortes e precisas cobranças de falta e é o artilheiro do time. Inclusive contra o Real Brasil, o jogador deixou sua marca.

O técnico Israel de Jesus contará com a volta de três jogadores que não puderam atuar na última partida. São eles o zagueiro Tião, o ala-direito Caniggia e o atacante Ferrari. Para ele sua equipe ainda não está pronta, mas tem feito atuações medianas. O treinador acredita que a competição ainda está muito nivelada e seu time vai se encaixar durante o decorrer da competição, já que almeja classificação a próxima fase.

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