Os problemas acabaram. Depois da dificuldade-surpresa da quarta, finalmente o meio-campista Lúcio Flávio assinou seu contrato com o Coritiba. Agora, oficialmente, o jogador está vinculado ao clube até o final do ano, por empréstimo, e com o passe fixado pelo Paraná Clube, detentor dos direitos do atleta. E, agora, ele poderá ser utilizado em definitivo pelo técnico Paulo Bonamigo.
A história acabou estourando na noite de quarta. Com bolhas nos pés, Lúcio ficara de fora do jogo-treino do Cori contra o Caxias, e frustara muitos torcedores que foram ao Alto da Glória para vê-lo. Mas, além do problema médico, o meio-campista não treinara porque estava sem contrato. “Eu falei para a diretoria na segunda que estava desde quarta no Coritiba e ainda não havia assinado nada”, conta.
O problema, segundo o jogador, era a falta de uma assinatura do presidente tricolor Ênio Ribeiro, que seria necessária para a liberação do contrato. E apenas na noite de quarta o mandatário tricolor deu o ?toque? final ao acerto entre as duas equipes. Lúcio negou que havia desacerto entre ele e o Cori sobre o salário. “Da minha parte com o Coritiba estava tudo certo. O nosso acerto é o mesmo de quando fechamos a minha negociação”, conta. A assinatura final (a de Lúcio no contrato com o Cori) aconteceu apenas na manhã de ontem.
Recuperado – dos problemas de contrato e dos problemas no pé direito -, Lúcio Flávio treinou ontem normalmente, mas ainda chateado por não ter participado do primeiro jogo-treino do Cori desde que ele foi contratado. “Eu gostaria muito de ter jogado, mas desta vez não deu. Eu fiquei mais decepcionado ao ver a nossa torcida. Aquela é uma demonstração de confiança”, elogia, para depois prometer. “Não foi desta vez, mas não faltarão chances para eu me encontrar com o torcedor do Coritiba”.
Negativa
A notícia foi confirmada pelo dono do passe, o Rio Branco de Americana. Mas o Coritiba negou na noite de ontem a contratação (por empréstimo) do goleiro Gustavo, de 23 anos, titular do clube paulista há três anos. “É uma especulação. O Gustavo está na nossa lista, mas não há nada de certo”, garante o secretário Domingos Moro. Apesar disso, o jogador se encaixaria nos propósitos do clube – um goleiro jovem, que viria para ser o reserva imediato de Fernando.
Bom tempo de preparação
Quando entrar em campo para enfrentar o Vitória, no dia 11 de agosto, o Coritiba terá terminado um período de preparação que raramente se tem no futebol brasileiro. Serão, no total, sessenta dias desde o início da intertemporada, sendo que mais de cinqüenta de treinamento. Segundo o técnico Paulo Bonamigo, essa série (que às vezes pode parecer interminável) pode ser decisiva na campanha alviverde no campeonato nacional.
E não houve folga. Com o tempo a ajudar, Bonamigo chegou a ficar apenas acompanhando os trabalhos, enquanto o preparador físico Róbson Gomes reforçava o preparo do elenco. “Esse tipo de trabalho é fundamental. O Bonamigo fica quieto nessa hora”, analisa o técnico. Houve tempo também para avaliações. Durante o primeiro mês da intertemporada, um sem-número de atletas passou pelo CT da Graciosa para testes – e, destes, foram aprovados o zagueiro Nivaldo e o volante Erick. Além deles, o zagueiro Jamílson será aproveitado na equipe júnior.
Com as dificuldades deixadas para trás, Bonamigo tem no total 25 dias para preparar taticamente o Cori. “É bom ter esse tempo porque temos mais chances de corrigir as falhas”, avalia. Tempo para realizar jogos-treino (como o de quarta contra o Caxias), amistosos (que estão sendo acertados) e inúmeros trabalhos táticos. “Aos pouquinhos a gente está se acertando. Com mais vinte dias estaremos bem, porque não ficaremos prontos. Nunca podemos nos considerar prontos”, filosofa Bonamigo.
