Está nascendo a liga

Trio de Ferro começa a estudar a criação de uma liga

Com a derrota de Ricardo Gomyde nas eleições da Federação Paranaense de Futebol (FPF) para Hélio Cury, o Trio de Ferro decidiu pegar outro rumo para bater de frente com a entidade. Atlético, Coritiba e Paraná buscam a criação de uma Liga, contando com o apoio de times profissionais.

Além disso, os clubes ainda esperam uma virada na Justiça sobre o pleito realizado para a presidência da FPF em março, alegando que não houve a publicação do edital em três veículos de comunicação de grande circulação, como é previsto. Fora outras irregularidades, de acordo com a chapa de oposição.

“Estamos também tentando a intervenção judicial na Federação, mas ainda não deu certo. Tudo caminha para uma liga. Esse é o nosso pensamento. Estamos liderando os 20 clubes profissionais do estado. Temos conversas e mantemos contato. Está forte isso”, afirmou Mário Celso Petraglia à ESPN.

Por outro lado, o presidente alviverde, Rogério Bacellar, disse que a questão ainda é embrionária e será preciso de muitas reuniões para fazer, de fato, uma liga. “Não conversamos nada. Ainda temos que dar uma estudada com muito carinho para ver se vale a pena isso ou não. Queremos uma federação atuante e que venha atender aos anseios do futebol paranaense”, minimizou.
O mandatário coxa-branca ainda lembra que a Medida Provisória (MP) do futebol, assinada pela presidente Dilma Rousseff no dia 19 de março, tem no artigo 6º que, no caso de entidade de administração não cumprir as normas, os clubes podem ‘aderir a uma liga que cumpra as condições contidas no referido artigo’.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já disse que considera institucional, no caso do Campeonato Brasileiro, pois considera que é uma intervenção do Estado. Um artigo da MP prevê que os clubes adeptos ao refinanciamento percam o benefício caso participem de torneios organizados por entidades que não limitam os mandatos dos cartolas e não sejam transparentes. “Vai depender de como a CBF vai aceitar essa nossa visão. A questão da MP também tem que ser analisada. São alguns pontos para analisar”, finalizou Bacellar.

Rio-Paraná

A ideia ainda é procurar Flamengo e Fluminense, que também estão tendo problemas com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). No clássico Fla-Flu, por exemplo, os jogadores protestaram com a mão na boca antes do hino, sinalizando uma mordaça em represália à punição de dois jogos de suspensão para o técnico Vanderlei Luxemburgo por ter criticado a Ferj.

Outro momento de destaque no jogo no Rio foi através de Fred. Expulso, o atacante desabafou na saída do gramado e cobrou um novo formato de torneio, com times de fora da capital carioca. “O Campeonato Carioca tem que acabar, não dá mais. Vamos jogar Rio-São Paulo, Sul e Rio de Janeiro. Enquanto estiver assim, acaba o futebol do Rio de Janeiro”, criticou o camisa 9. “Está muito claro o que está acontecendo. É lamentável. Infelizmente o futebol brasileiro ainda é refém de certas situações que a gente encara com enorme tristeza”, completou Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do Tricolor carioca.

Com a toda a repercussão, Petraglia aposta que um torneio com os grandes clubes seria interessante. Por isso, vai procurar os presidentes da dupla para uma conversa séria sobre o assunto. “Está clara a vontade de uma formação de liga. Lá no Rio a situação também é irreversível. Assim como aqui. Dos quatro grandes lá, dois estão juntos. Daqui, os três estão unidos. Ou seja, temos uma bela oportunidade. A liga vai depender da CBF, ela é que tem de aprovar. Vamos ver se a gente consegue fazer alguma coisa juntos”, prometeu.