Tricolor teve que se desdobrar para as disputas de 2012

Neste ano, o Paraná Clube sobreviveu a um calendário atípico, com direito a miniexcursões pelo interior do Estado e uma maratona sobre-humana, por conta da Segundona Paranaense. A disputa desta competição fez o Tricolor atingir uma sequência de jogos comparada a dos clubes que mais atuaram no país – no caso, São Paulo e Coritiba.

O Paraná não atingiu a marca dos 76 jogos, mas como suas partidas estiveram distribuídas em um intervalo menor, a equipe também entrou em campo, em média, a cada quatro dias. Foram 62 jogos no ano, entre Copa do Brasil, Segundona Paranaense e Série B, ou seja, um a cada 4,24 dias. Porém, considerando apenas as partidas disputadas a partir de 1.º de maio, quando começou a disputa estadual, o time esteve em campo a cada 3,64 dias.

Tudo isso sem contar com a compreensão da Federação Paranaense de Futebol e dos clubes do interior do Estado, que não atenderam aos apelos do Paraná Clube para a antecipação da Segundona. “Felizmente, o trabalho foi executado com muito profissionalismo e garantimos, no campo, a nossa volta à Primeira Divisão paranaense”, destacou o presidente Rubens Bohlen.

Entre a estreia no Paranaense – com um 6 x 1 sobre o Júnior Team – e a partida contra o Criciúma (derrota por 2 x 1) no dia 21 de julho, o Tricolor esteve em ação a cada 2,65 dias. “Foi o período crítico, onde tínhamos que definir um acesso e administrar um bom início de Série B”, recorda o auxiliar-técnico Ednelson, remanescente da comissão técnica, que à época tinha o comando de Ricardinho.

A sequência muito além do recomendado por especialistas em preparação física fez com que o Paraná recorresse às categorias de base. Vários garotos, como Fransuar, Henrique Alemão e Thiago Bispo, foram utilizados várias vezes na disputa doméstica, mas acabaram não sendo mantidos no grupo principal para o Brasileiro.

A maratona e a nova diretriz do clube – que no início do ano recuperou o controle das ações no Ninho da Gralha – determinaram ainda o surgimento de valores como Alex Alves e Luisinho. A dupla de pratas-da-casa fecha o ano como os jogadores mais valorizados do clube, que dá sinais de estar voltando às origens: valorizando atletas formados em casa e rompendo a dependência com empresários. “Tivemos problemas como em outros anos, mas em menor escala. Creio que estamos no caminho, mesmo sabendo que esta estrada ainda é longa”, concluiu o superintendente Celso Bittencourt.