A herança das antigas gestões no Paraná Clube acaba afetando o dia a dia paranista. Com mais de duzentas ações na Justiça, o Tricolor virou refém de ex-funcionários que ingressam nas esferas jurídicas para conseguir os direitos estabelecidos pela CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho).

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Só nos últimos dois meses, quatro processos acabaram bloqueando receitas importantes culminando com os recorrentes atrasos de salários de atletas e funcionários. A Caixa Econômica Federal, patrocinador master do Paraná Clube, prevê o pagamento de R$ 2 milhões por um ano do contrato. Até o momento, R$ 1,1 milhão caíram na conta do clube, restando ainda cinco parcelas de R$ 100 mil e uma de R$ 400 mil. A informação foi divulgada pela rádio
Transamérica.

Ações

A soma destas ações ultrapassa R$ 4 milhões de reais e inclui profissionais que trabalharam no clube nos últimos anos. O lateral Jean passou pelo Tricolor em 2010, tem uma ação ajuizada, em R$ 112 mil. Já Pablo Tadeu Fernandes, ex-funcionário da academia da Kennedy, deseja receber do antigo trabalho um valor equivalente a uma soma superior de R$ 78 mil reais.

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Mais salgado

A maior dívida pertence ao meio-campista Hadson da Silva Nery, que desembarcou na Vila Capanema, em 2003. O jogador na oportunidade chegou para disputar o Campeonato Paranaense e recebia na carteira de trabalho R$ 650, mais R$ 1 mil em direito de imagem. Foi dispensado sem disputar um jogo e entrou na Justiça alegando rompimento de contrato. Cinco anos depois, ganhou uma indenização de R$ 2,5 milhões, mas o clube recorreu da decisão. Com os juros, o valor aumentou e hoje está em R$ 3.791.60,14. Em 2008, o clube já tinha feito um acordo para que o valor a ser pago, passasse para R$ 1 milhão em 80 parcelas, que começaram em R$ 7 mil e, com reajustes da inflação, atualmente, estavam em cerca de R$ 15 mil.

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A diretoria oficialmente não respondeu sobre estes valores, mas não desmente que os bloqueios judiciais acabam interferindo nos problemas. “Ficamos chateados, mas a penhora de recursos inviabiliza o clube. O Botafogo passa por isto e tivemos penhora de valores que seriam utilizados para pagar a nossa folha. Sofremos este bloqueio e um dia darei mais detalhes quanto a isto”, afirmou Rubens Bohlen, em entrevista coletiva na quarta-feira passada.

A reportagem ao Paraná Online entrou em contato com o departamento jurídico do Paraná. “O ofício é uma resposta da Caixa Econômica aos juízes trabalhistas que determinam a penhora dos créditos do clube. No entanto, nenhuma penhora foi efetivada, pois não há crédito. E os créditos futuros existentes junto à Caixa não são suficientes para garantir todas as mencionadas execuções”, disse o advogado Juliano Tetto.