Espera-se que os dirigentes e os parceiros do Paraná Clube tenham visto o que aconteceu ontem no Estádio Roberto Santos, em Salvador. Espera-se que não estejam preocupados com outras coisas, e que pensem em reforçar o time que deu mais um vexame, desta vez na estreia do Campeonato Brasileiro da Série B. O Tricolor perdeu para o simplório time do Bahia por 2×0, e não deu nenhuma esperança para quem imaginava que seria possível voltar para a primeira divisão.
O Paraná reiniciava sua trajetória após quatro meses de agonia. O planejamento para a temporada ficou pelo caminho, e a diretoria admitia que a fase de contratações não havia se encerrado (isto momentos antes da bola rolar em Pituaçu). Em campo, Zetti reestreava, assim como o zagueiro Aderaldo – já o lateral Marcelo Toscano, o volante João Paulo e o atacante Alex Afonso faziam suas primeiras aparições com a camisa tricolor.
Mas nada se tirou dos primeiros 45 minutos na Bahia. Aparvalhado, mal preparado e totalmente desentrosado, o Paraná foi presa fácil dos donos da casa, que aproveitaram também a falta de ritmo (para ser benevolente) do goleiro Ney, que bobeou nos dois gols. No primeiro, logo a três minutos, Paulo Roberto chutou mascado e o goleiro paranista não chegou na bola. No segundo, Reinaldo Alagoano desviou o cruzamento e a bola passou do lado de Ney.
Mas não só o goleiro fracassavam no Roberto Santos. Aderaldo, completamente fora de ritmo, perdia todos os lances. Agenor não sabia onde ficar no meio-campo. João Paulo sentiu a estréia. Wando alternava bons lances e jogadas bisonhas. Salvaram-se Alex Afonso, que não poderia ser analisado porque a bola não chegou nele, e Marcelo Toscano, que mostrou qualidade em alguns lances.
O retrato do desespero tricolor foi o jovem Marcelo, 17 anos, revelação das categorias de base. Sem orientação, ele foi alvo dos lances mais perigosos do Bahia. No final da primeira etapa, levou dois dribles desmoralizantes de Paulo Roberto, e logo depois foi reclamar furiosamente com o jogador do Bahia. Acabou expulso. O Paraná voltava ao segundo tempo, portanto, com um jogador a menos e perdendo por 2×0. E lutando contra a forte chuva (uma tormenta), que deixou o gramado em condições precárias. Em resumo, não havia jeito de recuperar o estrago inicial. Zetti tentou com Kleber e Alex, mas tudo se acabou quando Aderaldo deu uma voadora em Paulo Roberto e foi expulso. Um outro retrato triste de um Tricolor que só faz decepcionar seu torcedor.