Tricolor muito longe do ideal

A seis dias do início do campeonato paranaense, o Paraná Clube ainda não tem um time definido. Mesmo tendo sido o primeiro clube a iniciar os treinamentos – o que garantiu uma sólida base física – o técnico Caio Júnior conviveu com algumas dificuldades na última semana de treinos antes da competição. Duas opções táticas foram testadas até aqui, mas o 3-5-2 deverá ser mesmo a estratégia adotada para o jogo em Apucarana (Estádio Bom Jesus da Lapa), domingo, frente ao Roma.

Sem Fabinho – que está na seleção brasileira sub-23, disputando o torneio do Catar -, o treinador será obrigado a improvisar na lateral-esquerda. Anderson, o reserva imediato da posição sofreu uma lesão na parte posterior da coxa esquerda e já está vetado pelo departamento médico. Caio Júnior vai testar duas alternativas a partir de hoje. O volante César Romero leva certa vantagem sobre o lateral-direito George. “Vamos buscar uma formação que nos garanta maior equilíbrio. Os dois já trabalharam neste setor e com bom rendimento”, frisou Caio Júnior.

Caso a opção seja César Romero, o treinador vai escalar Wiliam na cabeça-de-área, em substituição a Goiano. O titular não se recuperou da contusão na panturrilha direita que já o tirou do amistoso contra o Joinville. As dúvidas de Caio Júnior, porém, não se resumem a estas duas posições. Ele pretende avaliar o rendimento de dois jogadores que ainda buscam o melhor condicionamento físico. O zagueiro Ageu e o meia Marquinhos devem ser titulares já na largada do Paranaense 2003.

A presença de Marquinhos no setor de criação estaria diretamente relacionada ao deslocamento de Dauri ao setor ofensivo. Caso isso se confirme, Waldir voltaria ao banco de reservas, com Flávio sendo mantido no time. O ataque ainda é o setor que merece maiores cuidados, pois está sendo totalmente reformulado. Pelos amistosos do fim de semana, o garoto Dennys também entrou na briga por uma chance entre os titulares. Ele “ganhou pontos” com Caio Júnior devido à boa atuação em Prudentópolis.

Paraná esquece invasão

Os incidentes do último sábado já estão superados. Um grupo de torcedores invadiu o campo para cobrar do presidente Enio Ribeiro contratações e maior transparência em negociações como a venda de Márcio. O dirigente se viu cercado por aproximadamente trinta integrantes da torcida Fúria Independente, mas não levará o caso adiante. “É uma página virada. O momento é de dar tranqüilidade ao grupo de jogadores”, afirmou o comandante tricolor.

Para Enio Ribeiro, foi uma manifestação isolada de alguns componentes mais exaltados da facção paranista. “Eram alguns garotos, que estavam mais exaltados que o normal”, disse. “Mas, nós temos muitos garotos no nosso time e levar uma discussão como essa adiante não seria bom para o grupo.” Enio Ribeiro disse ainda que não vai interferir em aspectos relativos à distribuição de ingressos para a Fúria. “Este assunto não é tratado pela presidência. Há um setor do clube que cuida destes aspectos”, disse.

Em relação ao descontentamento dos torcedores, o presidente reafirmou sua confiança no trabalho de reformulação do elenco. “O caminho é esse. Não podemos mais ficar contratando um alto número de jogadores, que somente levam o nosso dinheiro. Já tivemos experiências anteriores que nos mostram: na hora do aperto são os garotos que resolvem.” Enio Ribeiro negou que o encontro de hoje com o elenco tricolor seja para discutir salários atrasados. “Temos algumas pendências que estão sendo resolvidas. Mas, a essência do nosso problema está administrada”, garantiu.

Ribeiro afirmou que é apenas uma reunião de praxe, como sempre acontece antes de alguma competição. “Vários assuntos serão abordados, entre eles, é claro, a questão financeira”, explicou. O dirigente explicou ainda que o clube não recebeu todo o valor referente à venda de 50% dos direitos federativos do centroavante Márcio. “Houve um parcelamento e ainda temos algumas pendências que serão resolvidas até o fim do mês.”

O dirigente deve expor ainda neste encontro quais as metas para a temporada 2003, onde o clube já tem uma decisão programada para o dia 2 de fevereiro (quando estará em jogo uma vaga na Copa do Brasil), no clássico diante do Coritiba, no Pinheirão. A exemplo de anos anteriores, o Paraná não irá pagar “bicho por vitória” e sim prêmios por objetivos alcançados.

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