A série de reportagens SOS Paraná, da Tribuna 98, provou que o Paraná Clube, com um pouco mais de boa vontade e, sobretudo com mais profissionalismo na sua gestão, conseguirá sair do atoleiro financeiro. Desde que foi rebaixado para a Série B em 2007, o time tem convivido com constantes crises financeiras.

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Equipes de menor porte que o Paraná e que nos últimos anos são exemplos de boa administração passaram a receita para que o Tricolor possa sair da atual situação. O Criciúma, que chegou a cair para a Série C e por pouco não foi parar na Quarta Divisão, é o exemplo que mais se assemelha ao caso paranista. Quando o Tigre estava próximo de até mesmo fechar as portas, o empresário Antenor Angeloni assumiu o comando do clube e deu novos rumos para o time, que hoje está na disputa da Série A.

Entretanto, apesar de ter diversos empresários que são conselheiros e apaixonados pelo clube, ninguém ainda se dispôs a ajudar o Tricolor. No caso do Criciúma, além do investimento do próprio bolso, Angeloni passou a gerir o clube de forma mais profissional para que, em breve, o Tigre consiga andar com as suas próprias pernas. Angeloni dedicou uma parte do investimento para as categorias de base, que hoje é um dos principais problemas do Paraná, já que o clube não consegue revelar jogadores e tão pouco briga de igual para igual com a dupla Atletiba nos campeonatos de base.

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Torcida paranista chegou a rezar em 2007, mas só teve que lamentar a queda pra Série B.

Também do estado vizinho e também disputando a Primeira Divisão, só que pela primeira vez na sua história, a Chapecoense é um bom exemplo a ser seguido pelo Paraná. Levando planejamento, transparência, comprometimento e responsabilidade como suas principais premissas na gestão do futebol, a Chape conseguiu se destacar rapidamente no cenário nacional. Com pouco mais de onze mil associados, o time do oeste catarinense é administrado por empresários e também recebe a ajuda do poder público.

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A união de esforços, aliada a uma política profissional e sempre com os pés no chão, reflete no bom trabalho desempenhado pela Chapecoense nos últimos anos. A exemplo do Criciúma, o presidente da Chape, Sandro Luiz Pallaoro, também investiu nas categorias de base com a construção de um centro de treinamentos, que abriga atualmente as equipes do sub-11 ao sub-20, disponibilizando aos atletas totais condições de trabalho na estrutura montada em Chapecó.

Outro bom exemplo que o Paraná pode se apegar é o do Luverdense, que em dez anos de existência já está na Série B e no G4. Delinear um bom planejamento e tornar seu departamento de futebol totalmente profissional foram dois dos principais segredos do time de Lucas do Rio Verde para ascender no futebol brasileiro. Além disso, apostar em jovens promessas em busca de projeção e não gastar mais do que se ganha para realizar os pagamentos em dia de atletas e funcionários, são também pontos fortes da gestão do presidente Helmute Laswich. O Luverdense também está fortalecendo seu departamento de marketing para consolidar a sua marca para que, assim, possa conseguir cada vez mais associados e investidores.

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Soluções da casa

Através do site oficial, o Paraná divulgou ontem dez itens opcionais que o torcedor paranista tem para poder contribuir e ajudar a tirar o clube da crise. Dentre as sugestões estão a angariação de mais associados, a compra de ingressos, a aposta na Timemania, a rede de negócios do clube que foi pouco explicada até agora aos torcedores, a compra de produtos oficiais e a preferência por comprar nas lojas do clube, além de acompanhar o Paraná nas redes sociais e a importância de consumir produtos de patrocinadores do clube. Porém, um tanto quanto inócuas, as soluções dadas pelo time paranista podem até contribuir, mas estão longe de mudar os rumos, s,obretudo financeiros, do Paraná Clube.