Três pontos. É só o que interessa hoje ao Paraná

O Paraná Clube busca hoje a primeira seqüência de vitórias desde o término do campeonato paranaense. Tudo bem que o recente triunfo foi pela Copa Sul-Americana e frente ao time B do Santos. Mas, isso é o que menos importa no momento. Na sua luta contra o rebaixamento, o tricolor parte em busca dos três pontos, hoje à tarde (16h), diante do Juventude.

A regularidade do adversário é apenas um dos obstáculos a serem superados pelo time de Gilson Kleina, que usa como modelo a atuação contra o Vitória, a mais equilibrada e eficaz da equipe em todo o Brasileirão.

Sem contar com Fernando Lombardi, vetado pelo departamento médico, o treinador mantém a mesma formação que encarou o Santos. O goleiro Flávio, recuperado da contusão no rosto (ainda no primeiro tempo do último jogo), está confirmado, assim como Etto. O lateral-direito não treinou nos últimos dias, queixando-se de dores na coxa, mas foi confirmado pelo treinador. Além de Lombardi, continuam fora o volante Axel, os meias Canindé e Wiliam, o zagueiro Gélson Baresi e o atacante Wellington Paulista.

“Independente destes desfalques, estamos conseguindo acertar uma base e isso é muito importante”, comentou Kleina. Apesar da última colocação, o técnico destaca o crescimento do setor ofensivo, ajustado com Fernando, Cristian, Maranhão e Galvão. “Estamos aliando combatividade com a criação de boas jogadas de ataque. É esse equilíbrio que queremos para o restante da competição.” O meia Fernando é um dos jogadores mais elogiados por Kleina.

“Ele desempenha um papel muito importante sob o aspecto tático. Compactando o meio-de-campo quando necessário e indo ao ataque com precisão, ele dita o ritmo do time”, reconhece. Fernando destaca a mudança de atitude da equipe nas vitórias sobre Vitória e Santos. “Hoje, o grupo está coeso e isso se reflete em campo. Independente da derrota para o Flamengo, não deixamos o ritmo cair. Agora, é fundamental que conquistemos três pontos, pois jogamos em casa e não podemos mais vacilar”, avisou o meia-armador.

A recuperação técnica é decisiva, mas o Paraná também corre atrás da “oxigenação” de suas finanças. Há mais de 50 dias, o clube não obtém uma receita positiva em jogos realizados no Pinheirão. O último jogo em que o clube conseguiu “dinheiro em caixa” foi no clássico diante do Atlético, disputado no dia 7 de julho, ainda pelo primeiro turno do Brasileirão.

Desde então, disputou seis jogos em casa. Todos eles com déficit. O melhor público ocorreu no jogo pela Copa Sul-Americana e somente 1.704 torcedores pagaram ingresso. “Mesmo no início do Brasileiro, nossas receitas foram pequenas”, lembrou o vice de futebol José Domingos. “Mas, com o time na última colocação, não podemos cobrar muita coisa”. Até mesmo quando da divulgação da renda nos alto-falantes, o gerente social Luís Carlos Casagrande não mais tem citado o déficit por jogo, limitando-se a anunciar público, renda e despesas.

Para tentar atrair seu torcedor, o Paraná aposta na mesma promoção utilizada no jogo frente ao Santos. Torcedores com a camisa do clube pagam somente R$ 7,00, com acesso às cadeiras inferiores. Os jogadores sabem que o incentivo do torcedor será decisivo para a reação da equipe, que precisa de mais trinta pontos, em vinte jogos, para escapar do rebaixamento. Destes, onze serão realizados no Pinheirão.

A semana de folga serviu para a recuperação do volante Lauro, que sofreu uma lesão muscular na sexta-feira passada, antevéspera da partida em que o Juventude empatou em 2 a 2 com o São Caetano. O desfalque desta vez é zagueiro Índio, capitão do time. No treino de quinta-feira à tarde, ele sofreu uma batida no ombro direito, aparentemente sem maiores danos. Mas ontem de manhã, pouco antes da viagem para Curitiba, acusou dores e será poupado. No seu lugar entra Neto.

O volante Camazzola, que no treino de quarta-feira sofreu uma torção no joelho direito, fica fora do grupo. Ele seria uma opção no banco de reservas. Para tentar conquistar os três pontos, o técnico Ivo Wortmann manterá a postura ousada, com os atacante Da Silva e Reinaldo Aleluia. Além disso, Lopes, que tem boa chegada na frente, completará o meio-de-campo.