Treinador atleticano não abre mão da autonomia sobre o time

Se ainda é desconhecido da torcida do Atlético e por isso gera algumas dúvidas sobre seu trabalho, o técnico Heriberto da Cunha mostra personalidade em sua maior chance na profissão. No Rubro-Negro, Heriberto espera dar o pulo do gato e se lançar entre os principais nomes do país. Para isso, não abre mão da autonomia sobre o time e prega a disciplina para os jogadores.

De acordo com Heriberto, o diálogo com a direção do clube deve ser franco, mas cada um deve cuidar da sua parte. “Sempre tive uma conversa normal com os dirigentes. Saí muito bem de todos os clube pelos quais passei”, aponta. Ele só não aceita que diretores interfiram em seu trabalho e o obriguem a escalar determiandos jogadores. “Se isso acontecer, vou embora no dia seguinte”, garante.

Em sua vinda para o Furacão, além da boa proposta financeira, pesou a oportunidade de dirigir um time da elite do futebol brasileiro. “Eu conversei com o pessoal do Sport, que já estava há dois anos no Nordeste e tinha a possibilidade de trabalhar aqui no Sul e que, para mim, seria ótimo”, diz. Fora a estrutura, que facilita a vida de qualquer profissional. “A estrutura é fantástica e todas as pessoas (ex-treinadores), que passaram por aqui, já falavam de tudo o que tem aqui”, destaca.

No entanto, Heriberto garante que tudo isso só aumenta a responsabilidade dele e dos jogadores para fazerem um bom papel em 2003. “Você tem que se sentir satisfeito e prazer em trabalhar numa equipe como esta”, analisa. Para tanto, ele vai pedir muito equilíbrio a seus comandados. “No futebol você tem que ter equilíbrio, sabedoria para conseguir as vitórias. A equipe tem que ser vibrante, mas equilibrada. Não como foi agora (2002), um Atlético afoito, com todo mundo querendo atacar”, finaliza.

Começa rotina de treinos

A era Heriberto da Cunha no Atlético começa efetivamente esta semana. Após os exames médicos e físicos e o trabalho de recondicionamento físico, o novo treinador do Rubro-Negro irá começar a mostrar se tem ou não condições de ser o comandante da equipe. Serão 20 dias para moldar o time que enfrentará o campeonato paranaense e a Copa do Brasil. Nessa etapa, o técnico também terá que fazer uma peneira e reduzir o grupo de 45 para, no máximo, 28 jogadores.

“Tudo vai depender do posicionamento do preparador físico Solivan Dala Valle. Quando ele liberar o elenco, eu irei começar o trabalho técnico com os jogadores”, explica Heriberto. Segundo o treinador, é preciso que ele encontre os atletas o mais próximo possível do condicionamento ideal para que o rendimento técnico também seja melhor. “Isso é importante. Não adianta nada treinar várias jogadas se o corpo do atleta não está bem para executá-las”, exemplifica. A tendência é que os trabalhos técnicos e táticos possam começar já amanhã e sejam intercalados ao condicionamento físico nos primeiros dias até os atletas alcançarem o melhor desempenho.

A rotina diária dos jogadores está sendo, desde a reapresentação na quinta-feira, de dois períodos de trabalhos físicos. No sábado, todo o elenco entrou em concentração às 22 horas e devem ficar assim até o começo da participação do clube no estadual. “A gente deve liberar os atletas para dormirem com suas famílias alguns dias, para que eles não fiquem tão estressados no CT”, informa o treinador. No entanto, mesmo nessas “folgas”, o regime de concentração deverá ser seguido à risca para que o condicionamento físico dos jogadores não caia.

Xaropinho

Hoje, o volante pentacampeão Kléberson deverá reaparecer no CT do Caju para começar a pré-temporada com o restante dos jogadores do Atlético. Já com quatro dias de atraso, o jogador resolveu esticar as férias em Guaratuba e acabou gerando a impressão de que estaria se transferindo para o exterior. Até agora, os dirigentes do Furacão alegam não terem recebido nenhuma proposta para a compra dos direitos federativos do jogador.

Já o zagueiro Wellington Paulo está se transferindo para São Januário. O presidente do Vasco da Gama revelou que o clube está resolvendo os últimos detalhes para ter o atleta por um ano na Colina. Apesar de pouco tempo na Baixada, Wellington Paulo gerou mais controvérsia do que futebol. Foi comprado junto com Fabrício do América Mineiro e teve poucas chances no time titular. Sem ter mostrado um grande futebol, cobrou da imprensa uma inclusão numa lista de dispensa vazada por um diretor do clube. Além disso, o clube mineiro ainda cobra o pagamento por sua liberação. Para isso, pôs o volante Kléberson como garantia de uma parcela de R$ 118 mil.

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